segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aquisições - Novembro 2010

Ora bem, as compras deste mês que chegaram cá a casa são:

- O Beijo Mais Escuro, Gena Showalter, lido
- Uma Mulher Inalcançável, Candace Camp
- Desejos Ocultos, Anne Stuart
- Promete-me o Amanhã, Candace Camp
- Este País Não é Para Velhos, Cormac McCarthy
- Eu Sou a Lenda, Richard Matheson, a acabar de ler
- Casino Royale, Ian Fleming
- Millon Dollar Baby, F. X. Toole
- The Walking Dead - Volume 1 - Dias Passados, Robert Kirkman, Tony Moore, prestes a ler
- Vaporpunk, Vários (antologia)
- A Corte do Ar, Stephen Hunt
- Os Melhores Contos de Howard Phillips Lovecraft - Volume 1, H. P. Lovecraft
- Revista Bang! 7 (oferta com os 2 anteriores)

Bem sei que em comparação com o mês passado a lista continua a ser grande... Mas em minha defesa consegui baixar os gastos dado que uma boa parte das compras são de edições a baixo custo (os romances - os primeiros 4 livros - e os livros da colecção que a Visão está a fazer - os 4 livros seguintes da lista). Os livros mesmo a sério que comprei resumem-se ao The Walking Dead, pois fiquei curiosa para ler, e estava com alguma saudade de comprar livros da Devir em papelarias; e aos livrinhos comprados no Fórum Fantástico 2010: o Vaporpunk, que é uma antologia brasileira que eu não saberia encomendar pela Internet (nunca encomendei nada do Brasil); o A Corte do Ar - edição especial autografada pelo autor, que estava no FF2010, e aproveitei para lhe pedir mesmo uma dedicatória; o Os Melhores Contos de H. P. Lovecraft Vol. 1, que andava há algum tempo para ler e aproveitei para trazer; e a Revista Bang! 7, que vinha de oferta com as compras.

Entretanto chegaram os prémios de um concurso internacional em que participei no início de Setembro num outro book club - o Bookaholics Book Club - em que costumo participar no Facebook...

- Sacrifice - Mortal Path 2, Dakota Banks (autografado e com a caneta que está ali na foto)
- No Werewolves Allowed, Cheyenne McCray (autografado, ARC - nunca tive um Advanced Readers Copy)
- Bad Faith, Gillian Philip (autografado e com dedicatória)
- Firebrand, Gillian Philip (autografado e com dedicatória)
- Jessica's Guide to Dating on the Dark Side, Beth Fantaskey (autografado)

Pesadas as coisas, e considerando o que me tinha proposto no mês passado, consegui de facto comprar menos livros. No entanto, não consegui ler tanto. A faculdade anda a dar-me demasiado trabalho e por vezes tenho menos paciência para ler, infelizmente. No próximo mês proponho-me a comprar ainda menos livros (prevejo que as aquisições principais sejam as prendas de Natal) e ler as aquisições deste mês, já que este mês acabei por ler algumas do mês passado.

sábado, 27 de novembro de 2010

A Sabedoria dos Mortos de Rodolfo Martinez

Sinopse: Sherlock Holmes enfrenta os pesadelos Lovecraftianos

“Várias vezes lhe disse, meu caro Watson, que quando se elimina o impossivel, o que resta, por mais improvável que seja, é a verdade. Mas... o que acontece quando não se pode eliminar o impossível?”

Durante a investigação de um estranho caso de suplantação de personalidade, o famoso detective de Baker Street vê-se envolvido numa intriga feroz entre duas seitas luciferinas - o lendário Amanhecer Dourado e a franco-maçonaria egípcia - pela posse do livro mais poderoso alguma vez escrito, o livro que abre as portas do próprio Inferno: o tenebroso e amaliçoado Necronomicon.

Rodolfo Martinez coloca frente a frente dois dos grandes mitos literários de todos os tempos: o intelecto de Sherlock Holmes e a imaginação de H. P. Lovecraft. O resultado é uma narrativa apaixonante que poderia estar assinada pela própria pena de Sir Arthur Conan Doyle.

Opinião: Neste livro o autor começa por nos dar a ilusão de que as histórias que nos apresenta foram de facto escritas pelo punho do Dr. Watson, chegando-lhe os originais graças a um amigo. O autor propõe-se a traduzir as tais histórias, mantendo no final do livro a ilusão de tradução ao tecer algumas considerações sobre a tradução. Muito giro no modo em como nos tenta passar a ideia de que estas são histórias canónicas do detective mais famoso de todos os tempos. Quanto a mim, conseguiu-o.

O estilo de escrita está suficientemente parecido para eu ter conseguido entrar e ambientar-me na história sem problemas. O encontro de Sherlock Holmes com temas ocultos e sobrenaturais pode não agradar a todos, mas pessoalmente acho que não retirou nada à aura do detective.

É de louvar também a pesquisa que assumo que o autor teve de fazer para desenvolver certos temas e atar certas pontas soltas da obra original de Arthur Conan Doyle - a confusão entre os dois casamentos do Dr. Watson, o que Sherlock Holmes andou a fazer nos anos em que esteve morto para o mundo, o aparecimento de alguns personagens dos textos canónicos como Mycroft Holmes, o Inspector Lestrade, a senhora Hudson ou Wiggins e os Irregulares de Baker Street.

A Sabedoria dos Mortos
Nesta novela o intelecto de Sherlock Holmes cruza-se com Winfield Scott Lovecraft, pai do famoso H. P. Lovecraft, na disputa pelo famoso Necronomicon, um livro terrível descrito nos contos deste último. Esta novela está recheada de referências literárias (e não só). Para além das retiradas da obra de Lovecraft, que com certeza me escaparam já que ainda não li nada dele, temos referências a Bram Stoker, Yeats, Edgar Allan Poe, Arthur Machen, Lewis Carroll e Aleister Crowley, por exemplo.

Achei piada à maneira como Arthur Conan Doyle é descrito - o Dr. Watson refere-o como seu editor, mas que frequentemente o público toma Doyle como o escritor das histórias de Holmes. Doyle é descrito como tendo receio ou inveja de Holmes e é feita uma referência a quando se refugiou no Espiritismo após a morte de vários familiares - na novela está envolvido numa seita secreta ocultista.

A história é escrita em 1931 pelo Dr. Watson, que acaba por fazer desvios à história com algumas reflexões sobre Holmes ou outros personagens. Pode quebrar um pouco o ritmo da história, mas pessoalmente gostei de saber mais sobre o que Watson pensa de Holmes ou o que aconteceu a certos personagens. Gostei ainda do final, em que se revela uma personagem peculiar com maior importância no enredo que lhe daríamos a início - boa opção do autor em apenas sugerir a sua natureza, ao invés de o identificar definitivamente.

Desde a terra mais além do bosque
Neste conto Holmes e Watson cruzam-se com o Dr. Seward e o professor Van Helsing no caso do reaparecimento do Drácula. Mina e Jonathan Harker também aparecem. Muito curioso pelas referências ao original, mas provavelmente escaparam-me algumas, já que este é outro livro que ainda não li. Holmes não se deixa vencer por Drácula, mas a vitória tem o seu preço.

A Aventura do assassino fingido
Com Holmes refomado e a viver no campo, Watson aceita investigar um caso com esperanças de atrair o amigo a Londres para uma investigação. Gostei, mas fiquei com a estranha sensação de já ter lido a história, só não sei onde - a revelação final pareceu-me familiar, mas não consigo perceber se já li esta história ou não.

Título original: Sherlock Holmes y la sabiduria de los muertos (2004)

Páginas: 256

Editora: Saída de Emergência

Tradutor: José Manuel Lopes (do castelhano) e Rodolfo Martinez (do "original" inglês)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Beijo Mais Escuro de Gena Showalter

Sinopse: Poderiam viver aquele amor?

Embora já vivesse há muitos séculos, Anya, a deusa da Anarquia, nunca conhecera o prazer. Até aparecer Lucien, a encarnação da Morte, um guerreiro condenado para toda a eternidade a levar as almas para o além. Ele atraía-a como nenhum outro, e Anya estava disposta a arriscar tudo para o ter. No entanto, quando Lucien recebe dos deuses a ordem de capturar a alma de Anya, a incontrolável atracção transforma-se numa angustiante perseguição. Tinham de vencer as forças que os controlavam antes que a sede que sentiam um pelo outro lhes exigisse um sacrifício de amor inimaginável…

Opinião: Anya é a deusa da Anarquia. Amaldiçoada, presa aos preconceitos que os outros têm dela, preza a sua liberdade. Lucien carrega consigo o demónio da Morte. Há muito que desistiu de ser mais do que o guerreiro imortal que leva as almas para o seu devido lugar. Anya sente-se atraída por Lucien à primeira vista. Lucien recebe uma ordem para a matar.

A premissa da história é boa - gostei, em teoria, muito dos personagens, e achei piada ao "apanha-me se puderes" entre eles. Mas achei que havia algo de estranho no desenvolvimento do enredo, como se algumas coisas na história estivessem fora de ordem. E a evolução dos personagens em si podia ser melhor conseguida.

Uma das partes melhores do livro é que a história maior por trás do romance continua a ser desenvolvida. E os outros personagens continuam a ser desenvolvidos, principalmente o Paris, mas também o Reyes e a Danika - creio que a história do próximo livro, que é dedicado a eles, começa já um pouco neste livro. Estou curiosa para ler o próximo livro, e espero que seja melhor que este.

Título original: The Darkest Kiss (2008)
 
Páginas: 352
 
Editora: Harlequin

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Onde é que eu já vi isto?

Ao ler a sinopse de uma novidade da editora Quinta Essência, tive um forte déja-vu...

Sinopse: Às vezes o amor dura mais do que uma vida

Daniel passou vários séculos a apaixonar-se pela mesma rapariga. Vida após vida, atravessando continentes e dinastias, ele e Sophia (apesar de ela mudar de nome e forma) têm sido atraídos um para o outro, e ele lembra-se de tudo. Daniel tem «a memória», a capacidade de recordar vidas passadas e reconhecer as almas daqueles com quem viveu anteriormente. É um dom e uma maldição. Por todas as vezes que ele e Sophia estiveram juntos ao longo da história, também foram afastados dolorosamente, fatalmente. Um amor sempre demasiado curto.

Intercalados na actual relação de Sophia e Daniel há vislumbres da sua longa história juntos. Da Ásia Menor em 552 à Inglaterra de 1918 e à Virginia de 1972, as duas almas partilham um longo e, por vezes, tortuoso caminho de busca contínua uma pela outra. Mas quando a jovem Sophia (agora «Lucy» no presente) começa finalmente a despertar para o segredo do seu passado em comum, a compreender a verdadeira razão da intensidade da sua atracção, a força misteriosa que sempre os afastou reaparece. Em última análise, têm de compreender o que se atravessa no caminho do seu amor para poderem passar a vida juntos.

Em Nome da Memória, uma história mágica de amor verdadeiro, devastadora e cheia de suspense, prova o poder e a resistência de uma união que estava destinada a ser.

E qual é o déja-vu? Bem, a sinopse lembra-me fortemente um bocado importante do enredo de Fallen/Anjo Caído, de Lauren Kate. É que até os nomes dos personagens são praticamente iguais. Será que ainda há coincidências?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Infinite Days by Rebecca Maizel

Description: For 500 years Lenah Beaudonte has been a vampire. 500 years of seduction, blood and destruction. But she is sickened by her dark powers - and longs to feel the sun on her skin, grass under her bare feet, and share the breath of a human kiss. She wants to be mortal again. But is she really capable of being human, after her long years of darkness? Waking up as a sixteen-year-old girl brings Lenah many things - the life she has missed, taste, touch, love. But a vampire soul is not easily shed. And her coven - the four vampires she led in decadence and thrilling destruction - want their queen back...

Review: Lenah Beaudonte has been a vampire for almost 600 years; yet being one is not that great at all - there's the pain, the mindless killing that doesn't numb down the pain, the lack of feel and touch. All that was driving Lenah insane, making her crave to be human again.

Lenah does get her wish. Starting the book with Lenah already human, the book takes a spin on the vampire story. We to watch Lenah as she adapts to her human body and as she starts to become a teen again. As she is invested more and more in the school and romantic experiences, we see Lenah slowly losing whatever vampire abilities she retained as she embraces humanity again.

I really liked Lenah. While admitting and accepting her dark past, with many evil deeds, she doesn't dwell on them, enjoying this true gift.

Now the couple of things that kind of bothered me - not because I didn't like them, but because they left me quite sad; though Rebecca should be praised for not choosing the easy path. First, the sacrifice needed to turn Lenah human in the beginning. Second, the ending, which actually made me gasp. I'm just going to say that with this kind of cliffhanger, I'll certainly read the sequel to find out what happened. Besides I'll love to spend some more time with the characters and the story.

Pages: 400

Publisher: MacMillan

domingo, 14 de novembro de 2010

Sangue Felino de Charlaine Harris

Sinopse: Traída pelo seu namorado vampiro de longa data, Sookie Stackhouse, empregada de bar do Louisiana, vê-se obrigada não apenas a lidar com um possível novo homem na sua vida (Quinn, um metamorfo muito atraente), mas também com uma cimeira de vampiros há muito agendada. Com o seu poder enfraquecido pelos estragos do furacão em Nova Orleães, a rainha dos vampiros locais encontra-se em posição vulnerável perante todos aqueles que anseiam roubar o seu poder. Sookie vê-se obrigada a decidir de que lado ficará. E a sua escolha poderá significar a diferença entre a sobrevivência e a catástrofe completa...

Opinião: Não gostava tanto de um livro desta saga há algum tempo. Não que não tenha gostado dos outros anteriores, mas a fórmula Sookie-enfrenta-situação-sobrenatural-e-situação-em-Bom-Temps estava a ficar gasta; acho que o foco do livro ser na cimeira de vampiros tornou as coisas muito mais interessantes. Sookie vai como telepata na comitiva da rainha do Louisiana, Sophie-Anne, para ajudar a perceber as intenções dos vampiros através dos humanos que os acompanham. Acaba por se enredar na política vampírica e numa míriade de vilões, pois os acontecimentos deste livro devem-se a várias entidades, cada uma com a sua agenda.
 
Destaque para o acontecimento final, um evento bombástico que me fez pensar noutras tragédias similares e nas pessoas que as viveram, fazendo o possível por ajudar os outros, mesmo numa situação com os nervos à flor da pele. Encontrando alguém de que não gosta numa situação de vida ou morte, como é que Sookie vai reagir?
 
Um outro bocadinho que gostei foi o avanço na relação da Sookie com o Eric - ainda não sei muito bem como é que isso os afecta, mas suponho (espero) que os aproxime. Outras coisas engraçadas na cimeira foram: o casamento do rei do Mississipi e do rei do Indiana; o revelar duma nova raça sobrenatural, as britlingen; e a possibilidade da Sookie poder exercitar o seu músculo telepático através de Barry, o paquete que tinha aparecido no segundo livro, Dívida de Sangue.
 
Em geral, valeram a pena as horinhas que passei com este livro. Divertido, curioso, engraçado, com a Sookie que conhecia de volta, e a meter-se em sarilhos a toda a hora.
 
Título original: All Together Dead (2007)
 
Páginas: 288
 
Editora: Saída de Emergência
 
Tradutor: Renato Carreira

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sonho Febril de George R.R. Martin

Sinopse: Rio Mississípi, 1857. Abner Marsh, respeitável mas falido capitão de barcos a vapor, é abordado por um misterioso aristocrata de nome Joshua York que lhe oferece a oportunidade única de construir o barco dos seus sonhos. York tem os seus próprios motivos para navegar o rio Mississípi, e Marsh é forçado a aceitar o secretismo do seu patrono, não importando o quão bizarros ou caprichosos pareçam os seus actos.

Mas à medida que navegam o rio, rumores circulam sobre o enigmático York: toma refeições apenas de madrugada, e na companhia de amigos raramente vistos à luz do dia. E na esteira do magnífico barco a vapor Fevre Dream é deixado um rasto de corpos... Ao aperceber-se de que embarcou numa missão cheia de perigos e trevas, Marsh é forçado a confrontar o homem que tornou o seu sonho realidade.

Opinião: Esta, mais que uma história de vampiros, é uma imagem vívida do rio Mississipi numa época muito concreta - a dos barcos a vapor, em meados do século XIX. Melancólica mas nada datada - não se nota que foi escrita há quase 30 anos, a não ser por não cair nos clichés vampíricos que por aí andam. Fico satisfeita por o Martin ser capaz de nos dar uma boa história além das Crónicas de Gelo e Fogo.
 
Os personagens em si são absolutamente deliciosos, muito à Martin. Por um lado temos Abner Marsh, um verdadeiro homem do rio, cuja única paixão na vida foram os barcos a vapor, mas também muito leal e perspicaz. Do outro Joshua York, o vampiro inteligente, culto, idealista e carismático, que oferece a Marsh o sonho de uma vida: a compra de uma parte da sua companhia de barcos e a construção de um barco a vapor grandioso.
 
A terceira ponte do triângulo de personagens principais é Damon Julian, o vampiro mais antigo, desinteressado, verdadeiramente "morto", apenas ligando a quando fará a próxima refeição. É também de louvar o escritor pelos vampiros que cria. Tanto a mitologia vampírica me parece original, como pude reflectir na condição vampírica e nos conceitos de bem e mal.
 
Um livro interessante, válido por si só e capaz de interessar quem ainda não tenha lido Martin, mas também uma bela sobremesa para quem espera que o escritor termine o próximo livro das Crónicas.
 
Título original: Fevre Dream (1982)
 
Páginas: 400
 
Editora: Saída de Emergência
 
Tradutora: Ana Mendes Lopes


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Revista Bang! 8

Nunca tinha lido uma revista Bang!, mas agora que tive oportunidade, com o reboot da revista, fiquei bem impressionada. Dei por falta de um índice, por isso quando me pus a listar os conteúdos pude dar pela quantidade e variedade dos mesmos, bem como de quanto me agradaram.

Começando pela ficção, destacaria os seguintes contos:
- Os Cascos e o Casebre de Abdel Jameela, por Saladin Ahmed: este conto deixou-me colada à revista com a sua atmosfera e, digamos, suspense - além de que me lembrou bastante aqueles contos de mouras encantadas que li/ouvi quando era miúda;
- Com a manhã chega a neblina, por George R. R. Martin: conto melancólico e futurista sobre o antagonismo entre o avançar da ciência e a necessidade do Homem de por vezes ter perguntas sem resposta.

Nos conteúdos de não-ficção, para mim destacaram-se:
- a ficha técnica, que foi feita com algum humor;
- o artigo pelo editor com o resumo das novidades recentes e brevemente publicadas da colecção Bang! (com umas belas notícias para os fãs de Anne Bishop e da Trilogia do Elfo Negro de R. A. Salvatore);
- o artigo A (Minha) História de Duna, por Jorge Candeias, pois é curioso poder ler a perspectiva do tradutor sobre o livro que traduziu, além dos argumentos e interpretações sobre o livro que assinala;
- o artigo Távola Redonda - Cinco Autores Partilham as Suas Experiências de Publicação de Um Livro, por mostrar a experiência de alguns jovens autores portugueses face à primeira publicação, pecando no entanto por não mencionar um autor/alguém que tenha escrito o artigo;
- o artigo Os mundos imaginários do fantástico português (1ª parte) por António de Macedo, que explora este tema desde os seus primórdios até ao século XIX, esperando agora poder ler a 2ª parte na próxima Bang!;
- o artigo Fantasia Urbana ou Romance Paranormal?, por Safaa Dib, bastante claro, esclarecedor e útil para navegar pelos livros deste género que se vão publicando;
- o apontamento final Novidades Fantásticas do Próximo Trimestre, revelando algumas novidades de várias editoras neste género - só tive pena que fosse tão pequeno, pois sou uma curiosa ávida de novidades.

Destaque ainda para a ilustração da capa por Alejandro Dini, e para o design da capa e dos conteúdos em si - muito cativantes e um regalo para os olhos. O grande ponto fraco é a pequeníssima menção ao Fórum Fantástico 2010 - podia ter mais destaque, pois sendo um evento próximo da publicação, e dado o novo modelo de distribuição*, podia-se chegar a mais pessoas e ter mais afluência a Telheiras para o evento. Agora estou a pensar em ir cuscar brevemente números mais antigos da revista para ver o que andei a perder.

* A revista está disponível gratuitamente nas Fnac's de todo o país e é enviada também gratuitamente em todas as encomendas no site da editora.

sábado, 6 de novembro de 2010

Sunrise at Sunset by Jaz Primo

Description: “We vampires are focused and tend to shape our own realities.”

My name is Katrina Rawlings, and I am a vampire. I declare that with neither pride nor ego. I am simply nature’s most dangerous predator. On occasion, it’s a very valuable quality. It helped me protect Caleb Taylor one day when he was very young. But that single, traumatic day is behind him now; wiped from his memory, or so I hope.

Caleb has finally matured into a rather striking young man, and believe me, I like what I see. I’ll readily admit that there are issues for us to confront and overcome, though a sense of mutual commitment isn’t one of them. I’m feeling hopeful for our future together, in fact. But an adversary from my past has returned to haunt me, and she’s trying to get back at me through Caleb. That was her first...and last...mistake. I’ll protect my Caleb at all costs, and I’ll make her regret the day she was born.

So, I suppose that I’m not just a vampire. I’m about to become someone’s worst nightmare!

Review: Almost twenty years ago, Katrina Rawlings was helped by a little boy named Caleb. The years have passed but she looks the same. She is a vampire. Nowadays, she meets Caleb again and they fall in love. But then he is shown just what kind of dangers a vampire mate may have to endure...

I really enjoyed this book. It shows us the vampire-human relationship with a different angle - Katrina is the vampire, and an alpha nonetheless. Being the stronger one, she is quite protective of him, and when a threat comes their way, I was a bit annoyed at her overprotection. But I understood her need to do that. Their relationship is quite special and unusual for her. I also liked how Katrina wanted to be straight-forward with him about being a vampire. His reaction when she tells him is believable but amusing somehow.

The secondary characters - well, I adored Paige and wanted to know more about Alton. Paige because she's so cute and funny and Alton because he seems old and experienced. The villain - well I didn't get to know the villain as much as I'd like, but said villain posed a pretty good threat. I should warn that the book's pace is slower and the buildup of the story is quite different than what one might be used, but I didn't mind at all.

There are things to improve and little tidbits to deal with, but I definitely ended up wanting to read more, and I believe I will read the next installment. Oh, and by the way, I'm a big fan of the description.
 
Pages: 432
 
Publisher: Rutherford Literary Group

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Beijo Gelado de Richelle Mead

Sinopse: Rose Hathaway não está a atravessar uma boa fase: o deslumbrante mentor Dimitri parece gostar de outra pessoa e em contrapartida o seu amigo Mason tem um fascínio enorme por ela. Para piorar a situação, Rose não consegue quebrar a ligação mental com a sua melhor amiga, Lissa, mesmo quando ela está com o namorado, Christian.

Entretanto, perante a iminência de um ataque Strigoi, a Academia de São Vladimir decide tornar a viagem anual de esqui obrigatória a todos os alinos e juntar os guardiães, inclusive a lendária Janine Hathaway – a ausente mãe de Rose.

Iludidos pela falsa segurança da paisagem cintilante e elegante do Idaho e na ânsia de vingar as vítimas dos últimos ataques dos Strigoi, três estudantes resolvem fugir para tentar encontrar e exterminar sozinhos um perigoso grupo de assassinos. Rose vê-se então obrigada a associar-se a Christian para os salvar, só que desta vez a jovem irá sujeitar-se a perigos que nunca imaginou ter de enfrentar.
 
Opinião: Voltamos ao mundo de Academia de Vampiros - um mundo em que os vampiros se dividem em "vampiros bons", os Moroi, que podem usar magia, e "vampiros maus", os Strigoi, que matam para se alimentarem. Tal como no primeiro livro, Beijo Gelado passa-se principalmente num ambiente escolar, em que os jovens vampiros Moroi são treinados lado a lado com os jovens dhampir, aqueles que na idade adulta são os guarda-costas dos Moroi contra os ataques por parte dos Strigoi.
 
A primeira coisa que tenho que dizer é que gosto muito da maneira como a autora lida com o cenário (que quase se está a tornar um cliché nos livros para "jovens adultos"), a escola para seres sobrenaturais. É quase um personagem da história, mas não exageradamente exposta. Neste livro, a certa altura os personagens até viajam para uma estância de esqui nas férias de Natal. Outro ponto positivo é o prólogo. Começando logo com a 1ª pessoa, na voz de Rose, a autora aproveita para nos lembrar dos acontecimentos e aspectos deste mundo mais importantes revelados no livro anterior - muito bom para quem leu o 1º livro no Natal passado.
 
Neste livro, Rose Hathaway começa com uma montanha de problemas para lidar. Continua com a estranha ligação a Lissa, na mente da qual se pode projectar, por vezes nos momentos mais inconvenientes; não pode exprimir o seu amor por Dimitri, porque este é seu tutor e será, com Rose, guardião de Lissa; vira então os olhos para Mason, um jovem que gosta dela, para esquecer Dimitri; é dominada por umas alterações de humor muito estranhas; e, em cima de tudo, os Strigoi estão a organizar ataques a residências de Moroi com ajuda humana.
 
Acho muita piada à Rose. Com um feitio espertalhão, sempre com uma piada ao canto da boca, a sua personalidade é muito cativante, e consegue-se realmente ver uma certa evolução na personagem - tanto na sua realção com Dimitri e Mason, como na sua postura como futura guardiã, como na relação com a mãe. A Rose pode ter de bater com a cabeça umas quantas vezes, mas acaba por aprender. As cenas com a mãe são as mais interessantes. Ressentida por não ter sido educada pela mãe, Rose atira-lhe toda a sua atitude encantadora sempre que pode - mas acaba por ver que é mais parecida com ela do que pensa, apercebendo-se que mesmo com 17 anos, ainda precisa da mãe.
 
As personagens secundárias continuam a cativar - o casal Lissa e Christian, exemplo de que os opostos atraem-se, Dimitri, o guardião dhampir bonzão, Janine, a mãe guardiã e Adrian, a nova adição ao elenco, um jovem misterioso e engatatão com toda a pinta de bad boy, dada a sua reputação. A história não é complicada, já que por vezes se pode topar muito bem enredos deste livro e dos próximos, mas isso não é o suficiente para estragar a minha leitura.
 
Título original: Frostbite (2008)
 
Páginas: 256
 
Editora: Contraponto
 
Tradutora: Dora Reis

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Com a Cabeça na Lua (antologia)

Sinopse: Em 20 de Julho de 1969, Neil Armstrong tornava-se o primeiro homem a pisar o solo lunar e, consequentemente, o primeiro ser humano a visitar um outro mundo que não a Terra. O feito, desde então inigualado, permanece como o maior desafio tecnológico a que a Humanidade se propôs. Antes, porém, de o Programa Apollo ter proporcionado o célebre pequeno passo para o Homem, um salto de gigante para a Humanidade, inúmeros autores de Ficção Científica - até então considerada um género menor - tinham levado o Homem à Lua pelos mais variados meios e pelos mais diversos motivos.

Opinião: Gostei muito desta antologia. A escolha dos contos está muito boa - está de facto variada e demonstrando diferentes aspectos do sonho de ir à Lua. Gostei muito de quase todos os contos, e apreciei as introduções. Complementam a edição, tal como a biblio/filmografia. Fiquei muito curiosa para ler mais FC, particularmente contos. Posso estar errada, mas fiquei a achar que é um género que se presta muito bem a contos.

O Homem Que Vendeu a Lua de Robert A. Heinlein: Muito engraçado, este conto sobre Harriman, o homem que sonha ir à Lua. Pelo caminho, inventa uma enxurrada de esquemas para garantir lucro com a empreitada, mas lá consegue pôr a humanidade a sonhar com o feito. Com um final ligeiramente amargo.

Uma Vez em Volta da Lua de Vic Phillips: Perdi-me um pouco com todos os tecnicismos, mas chamou-me a atenção para todos aqueles que fazem feitos extraordinários e não ficam para a história.

Tendências de Isaac Asimov: Adorei a caracterização deste mundo em que a ciência está pela hora da morte e o fanatismo religioso quase condena a tentativa de um homem para ir à Lua. E a reviravolta final fez-me rir.

Destino: Lua de Robert A. Heinlein: Aqui é a burocracia que quase enterra a ida de quatro bravos à Lua. Conseguem partir, mas já na Lua confrontam-se com a dificuldade de voltarem à Terra sãos e salvos. Acaba numa nota esperançosa, sem no entanto sabermos o que foi feito destes quatro homens.

Umas Férias na Lua de Arthur C. Clarke: Neste conto já existem colónias na Lua, nas quais estão instalados principalmente cientistas. Acompanhamos a família de um dos cientistas na sua visita à Lua, particulamente sob o ponto de vista da filha mais velha do cientista. Bónus por estar escrito no ponto de vista de uma rapariga; como é mencionado na introdução, dirige-se claramente a chamar a atenção das raparigas para este assunto.

Heróis Relutantes de Frank M. Robinson: Destaque para a caracterização dos homens que foram forçados a fazer sacrifícios em nome de um bem maior. Fiquei mesmo preocupada com o que fizeram ao personagem Chapman; no entanto, o início e o final do conto, a itálico, deixam entrever um final mais feliz que o próprio conto.

A Luz de Poul Anderson: Este conto é dominado pelos medos da Guerra Fria de quem chegaria primeiro à Lua. Achei absolutemente hilariante a revelação final de quem seria o "artista" a chegar à Lua primeiro que os Americanos.

Passeio Lunar de H. B. Fyfe: Uma exploração lunar corre mal, com apenas um dos quatro tripulantes do Tractor Um a sobreviver. Muito interessante e verídica a descrição do seu retorno à base lunar. Entretanto na base todos se preocupam com a tripulação, especulando sobre o que terá acontecido. Na base está também a mulher de um dos tripulantes, mas o escritor só nos diz de qual (dos mortos ou do vivo) quase no final, deixando-nos em suspenso (grrrr).

Poeira Lunar, Aroma de Feno e Materialismo Dialético de Thomas M. Disch: Escrito da perspectiva de um astronauta que não poderá regressar à Terra, confrontando-se com a sua mortalidade nos seus últimos minutos de oxigénio. Muito triste. Deixo dois trechos do conto:

"E se tivesse realmente sido bem sucedido? E se se tivesse mesmo tornado um herói? Teria isso alterado o facto de que tinha de morrer, e de que, perante a morte, nada é glorioso, nada é orgulhoso, nada tem valor a não ser um pouco mais de vida, mais uns segundos, mais um fôlego?"
"Depois morreu e, embora não o soubesse, nunca há uma boa razão para morrer."
Requiem de Robert A. Heinlein: Voltamos a encontrar Harriman em idade avançada, a tentar cumprir o seu sonho: ir à Lua.

Páginas: 416
 
Editora: Saída de Emergência
 
Tradutores: Mário Matos, João Seixas, José Saraiva, Sofia Moreiras
 
Organização e Notas: João Seixas