segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Eu Sou a Lenda de Richard Matheson

Sinopse: Robert Neville é o último homem vivo na Terra... mas não está sozinho. Todos os outros homens, mulheres e crianças transformaram-se em vampiros e estão sequiosos pelo sangue de Neville.

De dia, ele é o predador, caçando os mortos vivos pelas ruínas abandonadas da civilização. De noite, Neville barrica-se em casa e reza para que chegue a manhã.

Durante quanto tempo pode um homem sobreviver num mundo de vampiros?
 
Opinião: Custou-me inicialmente a entrar no livro. Há uma certa monotonia no enredo e na escrita que me estava a dificultar as coisas - mas depois comecei a gostar e a devorar as páginas. Aquilo que me parecia monotonia é extremamente necessário para caracterizar o ambiente e a psicologia do personagem. O último homem no mundo… É quase impossível pormo-nos na sua pele, mas mesmo assim somos arrastados para o seu mundo solitário e quase misantropo. Não é possível ficar indiferente.

Gostei da explicação por trás dos vampiros e da explicação de vários factos da mitologia vampírica à luz dessa explicação. Gosto de saber como as coisas funcionam tintim por tintim, por isso fiquei satisfeita por parecer haver uma explicação científica, porque é definitivamente uma reviravolta no que costuma haver por aí.

O fim é previsível dada a história, mas faz-nos chegar a algumas conclusões interessantes sobre o conceito de normal ou o que é realmente fora do normal. E assim se faz a lenda.

Os três pequenos contos no fim são muito curiosos e sugestivos de um lado negro. Gostei do Presa - parecia que estava assistir a um filme de terror em que a personagem principal está sozinha em casa a ser perseguida por um assassino - só que esse assassino é um boneco! O Nascido de Homem e Mulher ainda o li sob a óptica dos vampiros da história principal, o que acho que condicionou a minha leitura do conto. O conto Perto da Morte é curto mas vai instalando uma sensação estranha de que algo está errado… até lermos a última linha.

Título original: I Am Legend (1954)
 
Páginas: 180
 
Editora: Visão (a partir da edição da Saída de Emergência)
 
Tradutores: Fernando Ribeiro e David Soares

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