domingo, 27 de novembro de 2011

No Anexo, Sharon Dogar

I'm submitting this book to the YA Historical Fiction Challenge hosted by YA Bliss.


Opinião: Tenho uma relutância natural em ler livros (ou ver filmes) sobre a 2ª Guerra Mundial, e acho que O Diário de Anne Frank é, em parte, culpado por isso. Sou capaz de o ter lido umas quantas vezes na minha pré-adolescência, e de todas as vezes, mesmo sabendo como acabava, eu como que torcia para que acabasse de outra maneira, mais favorável a todos os envolvidos. Mas terminava sempre com a maldita nota sobre o destino dos habitantes do Anexo (7 dos 8 morreram nos campos de concentração), e lá morria mais um bocadinho do meu optimismo e da minha fé na humanidade.

Passemos para 2011, em que enquanto estava a ler A Rapariga que Roubava Livros (a opinião está, digamos, a marinar, mas já agora digo que gostei muito) tropecei neste livro e fui atacada por uma louca vontade de reviver a história que conheço de O Diário de Anne Frank (doravante mencionado como o Diário) e este reconto do ponto de vista do Peter van Pels veio mesmo a jeito.

Primeiro que tudo, relembrei-me porque é que adorei ler e reler o Diário quando era miúda. Depois relembrei-me de pormenores parvos de que já não me lembrava (como os van Pels serem referidos como van Daan no Diário). Por fim, gostei minimamente da primeira parte da história, apesar de ter havido algumas coisas que me atrapalharam a leitura.

A primeira parte conta a história que já conhecemos do Diário do ponto de vista do Peter. Gostei desta parte porque me fez pensar em como o ponto de vista das outras pessoas seria diferente do da Anne, e de como se calhar não achariam muita piada a como foram retratadas no Diário. Este livro apresenta um mundo interior plausível para um rapaz adolescente como o Peter, e mostra o quão difícil seria para um adolescente estar confinado durante dois anos.

Aquilo que me deixou mais de pé atrás foi o facto de estar a ler um relato ficcional sobre uma pessoa real. Tive uma sensação de estranheza durante a primeira parte devido a este facto. Isso, e a narrativa pareceu-me arrastar-se um pouco, por vezes, e noutras saltar no tempo duma forma fracturada.

A segunda parte é puramente ficcional e a autora refere que se baseou em relatos de sobreviventes para a escrever. Conta como teria sido a vida de Peter nos campos de concentração e foi muito comovente pelas condições de vida num campo. Apreciei muito mais esta parte.

A única crítica que tenho a fazer à edição portuguesa é que vi numa opinião sobre a edição inglesa a referência a uma lista de livros que a autora terá juntado ao livro como recomendações de leitura, e que nesta edição não existe tal lista. Gostava de a poder ter espreitado.

Título original: Annexed (2010)

Páginas: 288

Editora: Edições Asa

Tradução: Ana Beatriz Manso

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