sábado, 11 de agosto de 2012

Revista Bang! 13


Dou por mim, de X em X meses, expectante por pôr as minhas mãos (e olhos) na revista Bang!. Ao fim de quase dois anos já se tornou um hábito, parte dos meus hábitos de leitura, e dou por mim a dar um saltinho rápido à Fnac mais próxima para caçar um exemplar.

Desta vez, a capa tem um ar mais "limpo" - o fundo branco é bem agradável e ajuda a ler muito bem os destaques. Já tenho dito que sou fã do design da revista, e não preciso de repetir. (Se bem que os fundos escuros dão cabo de mim quando tento ler a revista num local escuro.)

O editorial começa por reflectir sobre o panorama actual, soando algo desanimado. Seguem-se as rubricas da praxe - duas páginas para o ilustrador da capa, e algumas para as novidades vindouras da Saída de Emergência - que boa surpresa, poder ver mais um pouco do que apenas as coisas do mês seguinte.

Fantasia e Realidade - Uma Festa do Chá Maluca: Entre a Vida e a Arte, por David Soares
O autor consegue reunir factos interessantes, mas achei que vagueia um pouco, e é... verboso, dificultando o seguimento da sua linha de pensamento.

Enciclopédia da Estória Universal, de Afonso Cruz
Cativantes, as ideias que expõe - mas peca do mesmo problema do texto anterior, vagueia e vagueia sem chegar a lado algum.

Lisboa, 232,7 ºC, por Pedro Piedade Marques
Gostei muito. A ideia de que em Portugal não eram (apenas) os censuradores, mas também os censurados a queimar livros é... bizarra, mas tão portuguesa.

Mais Alguns Livros Míticos e Vários Outros (Falsos ou Não), por António de Macedo
Fantástico no modo como, para além de falar de livros míticos e falsos, expõe o uso que por vezes foi dado aos livros, e o poder que têm - nos casos apresentados, denegrir grupos sociais inteiros.

Um Terror Tranquilo ou Talvez Não, por António Monteiro
Uma boa introdução ao autor, tão boa que me deu a sensação que já tinha (ou devia ter) ouvido falar do autor. Fiquei curiosa.

Saga de Xam: de Escândalo Visual a Livro Mítico, por João Lameiras
É curioso ler a história da publicação do livro, mas não gerou em mim mais curiosidade para o conhecer.

Enfeitiçada, de Kim Harrison
Estou a seguir a saga da Rachel Morgan, por isso gostei de poder ler este conto, que nos mostra como o Algaliarept e a Ceri se conheceram. É fascinante ver uma coisa narrada do ponto de vista do Al, por nos permitir ver como ele pensa.

Tem a Palavra o Tradutor: O Mistério de Charles Dickens, por Jorge Colaço
É uma introdução interessante ao livro, mas não necessariamente memorável, ou pelo menos não me aumentou a curiosidade acerca do livro.

As Mãos do Marido, de Adam Troy-Castro
Não tenho muita queda nem paciência para contos tão bizarros que não me deixam envolver na história. Passei o tempo todo a tentar perceber a exequibilidade, ou sequer o sentido, da premissa da história.

Escrever a Saga de Alex 9, por Bruno Martins Soares
Adoro ler relatos do ponto de vista do autor e o seu caminho para a publicação, e estes são tão escassos em português, que foi uma delícia poder ler este.

O Cavaleiro de Westeros, de George R.R. Martin
Um excerto da BD baseada no conto/novela do autor. Gosto que se aposte mais na introdução de BD na revista, e fiquei curiosa por poder espreitar a adaptação completa.

Pequenos Prazeres Inconfessáveis, por João Seixas
Adorei ver um artigo tão bem fundamentado sobre Romance Paranormal e Fantasia Urbana. É tão fácil para alguns descartar livros destes géneros como "livros por, sobre e para gajas" (usando uma frase do artigo) sem se permitirem dar-lhes uma oportunidade, e sem se lembrarem que as mulheres andam a ler "livros por, sobre e para gajos" há séculos.

Guia de Publicação para Totós, por Safaa Dib e João Barreiros
Artigo interessante, e que dá alguns conselhos bem razoáveis acerca da escrita e da publicação. As dicas do João Barreiros são engraçadas, apesar de não concordar com algumas. (Silêncio total? Completo isolamento? Impossível.)

Mini-contos do Concurso IST/Simetria
Tal como na revista anterior, encontramos mais 10 mini-contos do concurso, e mais uma vez atraíu-me ver projectar uma história, uma imagem, a partir de tão poucas palavras.

Arquivo Morto, de Paulo Stenzel e Gilmar Fraga
Mais BD! Gosto do estilo gráfico e do facto de ser possível contar uma história em 3 pranchas, e com poucas palavras.

A revista termina com a rubrica "Livros das Minhas Vidas", com o João Morales, com algumas críticas, com uma Sugestão Fnac e com destaque - para a EuroSteamCon, a decorrer em Setembro.

4 comentários:

  1. O artigo do Seixas fez com que desistisse de adquirir a BANG! É que nota-se azedume em todo o lado e para variar tinha de insultar as feministas -.-"

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    1. Não senti a mesma animosidade em relação ao artigo (pelo contrário), mas não posso dizer que discordo. Achei o subtítulo pateta e algumas coisas são estereotipadas (a descrição das heroínas vem-me à mente), mas já me dou por contente por ter um artigo fundamentado que ponha as pessoas a falar/pensar sobre/levar mais a sério o género.

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  2. Também fico sempre ansiosa para adquirir a revista. Aliás, até já a tenho.
    Parabéns pelo blog!

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