sexta-feira, 5 de abril de 2013

Clockwork Princess, Cassandra Clare

This book was read for the 2013 Don't Let It End Reading Challenge hosted by Fiktshun. My thoughts in English are further down the post.

Sinopse

Nota: tentei fazer a minha opinião sem spoilers, e falo do que achei dos personagens e do enredo em termos vagos e sem especificar situações e momentos. Incluí citações ao longo do post, mas não creio que spoilem a história.

Opinião: Bem... este era um livro muito antecipado. Não só porque estava determinada em lê-lo o mais próximo possível da data de lançamento para evitar spoilers, mas porque gosto bastante desta trilogia e estava muito curiosa para descobrir o que a autora tinha preparado para os leitores. E, uau, Cassandra, confessa lá, gostas de torturar os teus leitores. Passei por tantas emoções diferentes, tantos altos e baixos, que vou ter de reler pedacinhos do livro nos próximos dias para os reviver.

Se há coisa que adoro ler aqui são os personagens e as relações entre os mesmos. Gostei muito das duas relações de irmãos que vemos - a do Gabriel e do Gideon, e a do Will e da Cecily -, porque cada uma tem as suas nuances, mas sempre com ambos a protegerem-se e arreliarem-se mutuamente. Adoro ver a Charlotte e o Henry juntos - a Charlotte tem verdadeiramente espírito de líder e é inspiradora na sua determinação, e o Henry é o génio incompreendido que apenas vê o mundo de maneira diferente, mas sempre um optimista - e ambos se apoiam mutuamente, agora que se compreendem um pouco melhor.


Adoro as mulheres da história pois cada uma à sua maneira é forte e destemida. A Cecily tem o espírito dos Herondale; a Charlotte cuida de todos no Instituto e inspira-lhes lealdade; a Sophie sonha mais alto, enquanto se esforça para fazer paz com o seu passado; a Bridget é uma lutadora feroz, apesar das cantorias; a Jessamine luta por aquilo que quer, apesar de ter feito muita coisa errada pelo caminho; e a Tessa esforça-se por encontrar o seu lugar no mundo, e proteger aqueles que ama (não tendo problemas em lançar-se a uma situação perigosa num vestido de noiva).

Sobre o triângulo Tessa-Wil-Jem… não há muito que possa dizer que não seja um spoiler. Acho que posso dizer que tinha razão em muitas suspeitas sobre o que ia acontecer, mas que a Cassandra me surpreendeu com a execução e o desenvolvimento da história. Ela faz um argumento muito convincente para os dois lados da questão e não sei, gostei de como resolveu as coisas. É um final feliz, mas triste, e intrigante e estranhamente apropriado. O epílogo deixou-me à beira das lágrimas. Todos sabemos que a Tessa é imortal, mas não sei se compreenderemos esse facto até o ler, até vermos o quão cheio de perda este caminho é.

Não, não conheço esse sentimento, Cassandra. Nadinha./No, I don't know that feeling, Cassandra. At all.
Outra coisa que me agrada é encontrar as ligações entre passado e presente, entre as séries The Infernal Devices e The Mortal Instruments. Há muita, muita coisa que as liga neste livro, como objectos, personagens, e adorei descobrir as ligações familiares entre personagens de uma e outra série, reconhecer características físicas e hábitos que ressoam através dos anos. Foi tão divertido e excitante estabelecer os paralelismos. O Magnus é uma presença constante em ambas, mas aqui ganha um protagonismo especial que só vi mais tarde na outra série. E acho que ele tem um fraquinho por estes personagens.

Estava intrigada com o objectivo final do Mortmain, e com a verdadeira natureza da Tessa, e não fiquei desapontada. O vilão sobe a parada e deixa os nossos personagens num aperto, mas acho que o grupo se mostrou à altura e achei muito interessante a maneira como se lidou com o vilão no final. (E já agora, gostava de saber como é que um certo personagem volta a aparecer nos Instrumentos Mortais.)

Sim, é o meu livro, cheio de post-its./Yes, that's my copy, filled with post-its.

Que mais posso dizer? Que gosto do humor da Cassandra, e das situações em que põe os seus personagens, e das frases que lhes mete na boca? Que a história me deixava tão stressada que às vezes tinha de levantar-me e andar pelo quarto para descomprimir? Ou que por vezes era tão excitante que dava por mim a hiperventilar e a ter de fechar os olhos por um bocadinho a ver se me acalmava? Que me fartei de deixar post-its entre as páginas para voltar a recordar certos momentos? Que, graças aos céus, consegui resistir a ler spoilers, a folhear o livro para a frente do que tinha lido, ou a espreitar a árvore genealógica antes de acabar? Facto para o qual me deviam dar uma medalha, já agora.

Termino muita satisfeita com a trilogia. E muito curiosa acerca do último livro dos Instrumentos Mortais, City of Heavenly Fire, porque promete e porque tenho a sensação que a Cassandra Clare ainda pode ter muita coisa na manga, ou assim o epílogo me fez pensar.

Páginas: 592

Editora: Margaret K. McElderry Books (Simon and Schuster)

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Note: I did try to make it spoilerless, so I mention what I thought of characters and plot in broader terms. I included some quotes along the post, but I think they do not spoil what happens in the book.

My thoughts: Well... this was a much anticipated book. Not only because I wanted to read it as close as I could to the day it came out to avoid spoilers, but also because I really like this trilogy and I was way curious to find out what the author had in store for us. Wow, Cassandra, you do love to torture your readers, don't you? I went through so many different emotions, so many highs and lows, that I will have to reread bits of the story in the next few days to relive them.

There's one thing I love to read in these books, it's the characters and the relationships between them. I liked so much the sibling relationships - Gabriel and Gideon's, and Will and Cecily's -, as each has its nuances, but always with having both siblings protecting each other and driving each other mad. I do love seeing Charlotte and Henry together - Charlotte is truly a leader, and Henry is the misunderstood genius who sees the world differently, but is always an optimist - and both support each other, now that they understand each other better.

I adore the women in the story because they are, in their own way, strong and brave. Cecily has the Herondale spirit; Charlotte cares for everyone in the Institute and inspires loyalty in them; Sophie dares to dream higher and tries to make peace with her past; Bridget is a fierce fighter, despite the singing; Jessamine fights for with she wants, even though she makes a lot of mistakes; and Tessa tries to find her place in the world, and to protect those she loves (not having qualms in throwing herself in a dangerous situation in her wedding dress).

Ah, tens a certeza que não vais mudar de ideias, Magnus?/Ah, are you sure you won't change your mind, Magnus?

About Tessa-Wil-Jem… there's not much I can say that's not spoiler-ish. I think I can say I was right in many suspicions I had about what was going to happen, but I can say also that Cassandra surprised me with the execution and the development of it. She makes a compelling argument for both sides, and I don't know, I liked how she settled things. It was an happy, but also sad, ending, and intriguing and oddly appropriate. The epilogue had me in tears. We all know Tessa's immortal, but I'm not sure we understand it until reading the epilogue, until realizing how full of loss that path is.

Another part I like in these books is finding connections between past and present, between The Infernal Devices and The Mortal Instruments. There's so many, many things in this book that link both series, such as objects, characters, and I loved to uncover family links between characters in either series, to recognize physical traits and habits that resonate throughout the years. It was so much fun and exciting to establish the parallels. Magnus is a constant in both series, but I think here he gets a distinction that I only saw later in the other series. And I think he has a soft spot for these guys.


I was intrigued with Mortmain's endgame, and with Tessa's true nature, and I wasn't disappointed. The villain does raise the stakes, leaving the Institute and its characters in a jam, but they rose to the challenge and I found it interesting the way the villain was dealt with in the end. (And by the way, I wonder how a certain character shows up again in The Mortal Instruments.)

What more can I say? That I enjoy Cassandra's humor, the situations she puts her characters in, and the lines she has them say? That sometimes the story had me so stressed I had to get up and pace around the room to relax? Or that sometimes it was so exciting that I was hyperventilating and I had to close my eyes for a bit to calm myself down? That I placed post-its to mark the pages and be able to revisit certain moments? That, thankfully, I managed to resist spoilers, to resist peeking the pages ahead, and to resist looking at the family tree before the story was over? I should totally get a medal for that.

Gabriel Lightwood a canalizar Will Herondale. Nunca pensei ver este dia./Gabriel Lightwood channeling Will Herondale. I never thought I'd live to see this day.

I ended up quite satisfied with this trilogy. And very curious about the last book in The Mortal Instruments, City of Heavenly Fire, since I have a hunch that Cassandra Clare may have many things up her sleeve, or so the epilogue had me thinking.

Pages: 592

Publisher: Margaret K. McElderry Books (Simon and Schuster)

8 comentários:

  1. Claro que ias gostar, adoras sofrimento e tragédia! xD

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    1. Sim, gosto, mas também gosto de finais felizes, e tem um! E estava à espera de mais mortes, honestamente. :P

      E não faço ideia porque é que desististe, até acaba por acontecer aquilo que querias que acontecesse, acho eu. :P E afinal a árvore não é assim tão estranha, é spoilerenta, mas porque é que a achavas confusa?

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    2. A Cassie é que tinha dito que a árvore pode spoilar mas da maneira errada, certo? confunde um bocado quando não se sabe o que acontece mas é de caras depois de se ler o livro, ou ser spoilada como foi o meu caso.

      Porque é que desisti. Como explicar a minha relação com a Cassie e sobretudo com esta série. Olha vou usar uma cena do Divergent. Sabes quando a Tris está a ser massacrada pelo Peter durante os treinos e o Tobias vê o início mas depois vai-se embora? Bem, ele nesse momento = eu. É sofrimento/angústia/horror demais para eu assistir, por isso "vou-me embora". É literalmente aquele feeling de: I CAN'T. Não é que não goste da coisa (muito pelo contrário), mas como não posso fazer nada para parar o massacre prefiro sair.
      Ler não devia ser tão difícil, e a Cassie torna-o muito muito muuuito para mim.
      Acho que só consegui ler o primeiro porque não sabia o que me esperava (o Clockwork Angel foi o meu primeiro livro da Cassie), com os outros fico num estado emocional que nem é bom lembrar.
      Pelo que li também já sei que não vou gostar muito da Tessa nos livros seguintes, por isso prefiro ficar com a memória que tenho dela do primeiro livro. :s

      Mas ainda bem que gostaste, o hardcover é tão vunito *.*

      Btw, ontem descobri que vem aí OUTRA série ligada aos TMI e TID, e fiquei DDDD:!! sabias disto?? que vinha aí os Dark Artifices eu já sabia, mas desta não! ainda não se sabe o nome, só a sigla: TLH, vai-se passar depois dos TID, com o James e a Lucie. Como é que Cassie dorme e faz outras coisas, esta mulher só escreve!! ela está a escrever uma série com a Holly Black, mais os Dark Artifices, mais o misterioso TLH, mais as Bane Chronicles, e acho que li em algo lado que ela é que estava a escrever o script para o Clockwork Angel, mas pode ser tanga. TIPO: COMO!! como é que ela não mistura tudo naquela cabeça... ela deve ter um QI de rebentar a escala D:

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    3. Oh, tenho pena que desistas, mas compreendo, não vale a pena torturares-te com a coisa. Também começaste pela parte errada da Cassandra, se é que há uma, porque esta trilogia é a Cassie on steroids. xD Mas tenho pena que não conheças os irmãos Lightwood e a Cecily, e vejas as badass que a Sophie e a Bridget são, tão fixes. ;)

      O City of Bones é mais calminho, não te arriscas a dar-lhe uma oportunidade? Tens o filme quase aí, e de qualquer modo já foste provavelmente spoilada para o fim, portanto as partes dramáticas potencialmente torturadoras não vão ter tanto impacto. Pessoalmente, a suposta revelação chocante que acontece no fim do CoB nunca me enganou, eu sempre soube que ela ia virar aquilo do avesso. É uma história mais satisfatória nesse aspecto, e nem triângulo amoroso tem. (O Simon não conta, que nunca teve hipótese. :P)

      Ah, também acabei de descobrir! Deve ser tão fixe, é basicamente a geração seguinte à dos TID, portanto vamos ver os personagens dos TID e os filhos. :D E acabei de ver no Tumblr dela um comentário dela em que mencionava que se divertiu a criar a árvore de modo a ser enganadora, portanto aquilo que vemos pode não ser o que acontece no TLH - OMG, aquela mulher é maléfica!!! xD Pelo menos já percebo porque é que a árvore corta partes dalgumas famílias.

      Realmente, é espantosa a quantidade de coisas que ela tem entre mãos. Espero que a qualidade não decresça, mas como parte delas é feita em colaboração, estou optimista. E gosto de ler que ela está a preparar os TLH sem deadlines, sem pressão. :D E viste os tweets dela? Ainda tem outra série na manga, um "projecto secreto" que aconteceria 3 anos depois dos TDA. Hm... estou curiosa. :)

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    4. Olha tenho visto muita fanart no tumblr com essas personagens, a Cecily, e já não sei o nome do gajo... mmm, Gabriel? E também com a Sophie e mais alguém. Pelos vistos foram um sucesso. Ainda por cima eu adorei a Sophie no primeiro livro, gostava de saber o que lhe aconteceu, mas não não não. *imagina um gif do tobias a sair da sala*

      Fiquei totalmente em choque, como é que ela não mistura aquelas famílias, storylines, plots, tudo tudo e tudo na cabeça! Loucura! xD

      Então, mas eu já li os TMI, li até ao 4º livro, que não gostei nada, devia ter-me ficado pela trilogia original. :s
      Mas tem um triângulo, sim senhora! se ainda não tivesse lido já me ias enganar! :p

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    5. A Cecily e o Gabriel, mais a Sophie e o Gideon. Lol, os Lightwood aqui começaram por ser um bocado irritantes (bem, mais o Gabriel), mas vê-los com as raparigas é tão giro. :D Havias de ler a Cecily a falar de casarem e o Gabriel a ficar roxo, ou a maneira como o Gideon se declarou, hilariante! ;D

      Suponho que quando se gosta do que se está a fazer é mais fácil, e ela parece gostar mesmo de criar estas histórias convolutas e torturar-nos com elas. xD E é tão fixe quando estes pormenores encaixam todos, o que gostei mais de ler no final deste foi perceber quem era antepassado de quem, e ver características dos personagens dos TMI nos personagens deste. :D

      Bolas, confundi-me ali, como disseste que o Anjo Mecânico tinha sido o teu primeiro dela, saltei para a conclusão que não tinhas lido mais nada dela. :S xD
      O 5º já valeu mais a pena, mas se estás com medo de te arriscar, espera pelo 6º. Tenho a sensação que o 6º vale a pena, vamos ver se o meu palpite se confirma.

      Não tem nada um triângulo. Não me venhas dizer que o pateta do Simon teve alguma vez hipótese, sim, ele sempre suspirou pela Clary, mas ela nunca retribuiu o sentimento. Nem quando descobre aquele dramalhão todo do Jace ser irmão dela, ela lhe dá uma hipótese a sério. :P

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    6. Totalmente, estes evil geniuses adoram torturar os fãs, deve ser por isso que saem da cama todos os dias. Malvados.
      Espero que ela ponha outra árvore no Dark Artifices, essa é que deve ser mind-blowing.
      No outro dia alguém no tumblr chegou à conclusão: JACE IS RELATED TO EVERYBODY, não sei se é exactamente verdade mas fez-me rir bastante. xD

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    7. Oh, mas assim vamos ter que esperar uns 4 anos pela outra árvore, que acredito que ela só a ponha no último dos TDA... de certeza que há imensa coisa que ela só vai querer revelar no fim dessa, as árvores dos Carstairs e dos Blackthorn estão truncadas neste, portanto imagino que as relações familiares vão ter importância nessa trilogia também.

      É mais ou menos verdade, sim. Só de cabeça vejo antepassados dele entre os Carstairs, os Blackthorn e os Lightwood, para não falar de outras famílias menos conhecidas que entraram nos Herondale por casamento. A comunidade Shadowhunter parece relativamente pequena, portanto às tantas toda a gente é primo afastado de toda a gente. xD

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