quinta-feira, 18 de abril de 2013

Mini-opiniões: Mini-mistérios, e BD (parte II)

Adquirido com o outro livrinho da Colecção Mini-mistérios, fez-me chegar à conclusão que gosto mais dos livros do autor do outro livro que dos livros do autor deste livro. (Isto fez sentido?) É que os outros mistérios são bem elaborados, complexos, dão todas as pistas no texto e fazem sentido.

Aqui, o texto é mais curto, o mistério é admitidamente mais simples, mas... grande parte das vezes não faz sentido nenhum. Muitos dos mistérios neste livro pedem que façamos deduções acerca do que se passa fora do texto, e isso é simplesmente adivinhar. Fazer deduções porque "o personagem X costuma ser cuidadoso" quando eu não conheço o personagem X de lado nenhum... não obrigado.

Li grande parte das soluções sem tentar adivinhar porque simplesmente o modo como os mistérios estão construídos não faz grande sentido - os ladrões e assassinos usam métodos demasiado rebuscados para cometer o crime. E terem as soluções fora de ordem é palerma. Mesmo que seja para evitar que o leitor faça batota, arriscam-se é que o leitor leia a solução errada e estrague a solução dum mistério mais à frente.

Título original: Great Quicksolve Whodunit Puzzles (1999)

Páginas: 96

Editora: Replicação

Tradução: Maria Helena Proença

A Teoria do Grão de Areia - Tomo 1 e Tomo 2, François Schuiten, Benoît Peeters
Que edição impressionante, tanto pelas suas peculiaridades como pela qualidade do trabalho. Ambos os volumes estão editados na horizontal, por ser essa a orientação do desenho, mas trazem uma capa protectora que permite que sejam guardados na vertical. (Curiosamente, nas minhas estantes até me daria mais jeito guardá-los na horizontal, duvido que tenha estantes altas o suficiente para os guardar na vertical.)

Gostei imenso do trabalho de cor dos livros. Com um fundo de um creme acastanhado claro (honestamente, não faço ideia que cor é, exactamente, mas imagino que estivessem a apontar para uma cor a lembrar areia), um trabalho de desenho a preto e branco-que-não-é-branco-mas-cor-de-areia, mais uns toques ocasionais de branco-que-é-realmente-branco para destacar certos elementos da história... pode parecer uma opção curiosa, mas resultou muito bem e cativou-me visualmente.

O traço do desenhador é fabuloso, e é fantástico observar o trabalho dele num jogo de sombras numa página, e na página seguinte ter uma estação de comboios absolutamente luminosa e cheia de cabos. Lembro-me também de um momento ou dois em que ele sugere uma imagem apenas com trabalho de traços, uma vez com um espelho e outra para mostrar um momento com pouca luz. (Uau!) Fiquei com a sensação, ao ler as biografias, que o desenhador tem um background em Arquitectura, e nota-se no desenho desta cidade e dos seus edifícios.

A história é simples mas intrigante, com um toque de fantástico, em que misteriosos fenómenos acontecem pela cidade, deixando os seus habitantes perplexos e a braços com areia e pedras que se multiplicam sem razão discernível. Parece que estes livros fazem parte de uma colecção escrita e desenhada pelos autores, mas achei que estes dois volumes funcionam muito bem como uma história stand-alone.

Título original: La Théorie du Grain de Sable (2007 e 2008)

Páginas: 112 e 120

Editora: Asa

Tradução: Paula Caetano

3 comentários:

  1. Olá!

    Espero que não leves a mal comentar aqui. Tinha combinado dizer-te qual o livro onde me publicariam uns puzzles; foi naquela vez que comentaste um livro com puzzles matemáticos e falamos sobre eles, não sei se recordas. Não estou a encontrar esse post, e pensei em usar este aqui porque, de certa forma, tem o espírito apropriado para a mente (e para mais a BD marca presença :3 )

    Portanto, agora que é oficial, os meus puzzles vão ser publicados no Almanaque Steampunk 2013!
    Caso vieres a ter oportunidade de adquirir um exemplar (no Fórum Fantástico, por exemplo), espero que os meus puzzles te divertem! :)

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    1. Oh, claro que não levo a mal, eu bem que fiquei muito curiosa com a tua menção na altura... Fico super contente por saber das novidades, gostei imenso do Almanaque o ano passado, e estou mortinha por poder ler o deste ano. Ainda mais com o facto de teres feito puzzles para o mesmo, quero ver como é que combinam com a temática steampunk. ^_^

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    2. fico curioso com a tua opinião, espero que a minha participação contribui para que tenhas uma melhor experiência de leitura que o primeiro volume :)

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