domingo, 16 de junho de 2013

Curtas: As They Slip Away, O Baile

As They Slip Away, Beth Revis
Uma novela na série Across the Universe da autora, que ocorre maioritariamente antes dos acontecimentos dos livros principais. Conta a história de Selene, uma rapariga que vive na nave Godspeed e que já conhecíamos, apesar de não sabermos o seu nome. Dá-nos uma visão única do grupo de personagens que vivia no Hospital - Harley, Kayleigh, Bartie, Victria, Selene e Luthor -, para além de contar com as aparições do Orion e do Doc. E mostra alguns acontecimentos dos dois primeiros livros da série sob uma nova luz.

É bom (re)ver alguns personagens que não chegámos a conhecer directamente nos livros, ou que partiram a meio da história, e ver o que acontecia com os jovens que moravam no Hospital e criavam arte. Faz pensar sobre para que serve a arte numa sociedade que não tem utilidade para ela. Por outro lado, a história da Selene é bem triste, por se ver nas garras do Luthor, um personagem que já sabemos que é um psicopata. E a sua história tem ressonância com o que acontece na vida real, em que quando um crime desta gravidade é cometido, a vítima é ignorada e o agressor desculpabilizado. Talvez pelo tom de "desgraça" que toda a história transmite, estava com esperanças de um fim diferente, especialmente porque depois de tudo o que a Selene passou, merecia algo diferente.

Páginas: 48

O Baile, Nuno Duarte, Joana Afonso
Peguei neste livro por duas razões: uma, ter arrecadado uma série de prémios na primeira edição dos Prémios Profissionais de Banda Desenhada; e dois, a artista é uma mulher, o que num meio tão dominado por homens é raro de encontrar e mais passível de me captar a atenção. E foi uma boa surpresa, o livro. Acho que só peca por ser curtinho, bem que queria mais, depois de o terminar.

A história decorre nos anos 60, numa pequena aldeia da qual emanam rumores e crendices que atraem as atenções da PIDE. O Inspector Rui Brás é enviado para investigar. Gostei de como o ambiente de uma pequena aldeia naquela época é evocado pela história, e de como os zombies são introduzidos e desenvolvidos na mesma. E de como os personagens são caracterizados, sugerindo partes importantes da sua vida sem ser demasiado expositivo. (Como acontece com o personagem principal, Rui Brás.)

O estilo de desenho é bem interessante, algo "abonecado", mas que funcionou para mim. Algumas ilustrações de página inteira (ou de duas páginas) fizeram-me ficar por uns minutos a observá-las. A cor também me cativou o olhar, especialmente no contraste que fazia entre as cenas mais "calmas" e bucólicas, em contraposição às cenas com os zombies. Não gostei muito foi do jogo de luz e sombra nas faces dos personagens, houve qualquer coisa no modo como foi feito que me fez confusão na maior parte das cenas.

Páginas: 48

Editora: Kingpin

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