segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Uma imagem vale mil palavras: Thor (2011) e Thor - The Dark World (2013)

Decidi juntar o meu comentário aos dois filmes no mesmo post porque já vi o Thor há algum tempo, e apesar de o ter revisto antes de ver o segundo filme, sinto que não tenho tantos comentários a fazer como teria se fosse a primeira vez que o vi.

Thor é um filme atípico de super-heróis nalguns aspectos. Em termos narrativos, tem uma estrutura pouco habitual, com menos peso na acção e mais peso nas relações complexas entre personagens, e na evolução do protagonista. No entanto, ou talvez por causa disso mesmo, agradou-me vê-lo. Às vezes parecia que lhe faltava qualquer coisa, mas não tive problema em deixar-me imergir na história.

Sou uma fã de mitologia desde há muito tempo, e portanto adorei ver alguns detalhes da mitologia nórdica em filme, ainda que reinterpretados pela Marvel. E o filme foca um conflito tão humano, e tão universal, como o de um pai em desacordo com os seus dois filhos, muito diferentes, e por razões muito diferentes.

A parte dramática é muito interessante, ainda que de vez em quando eu sentisse que uma das partes estava a ser excessivamente dramática. O Thor, com a sua insistência em ir dar porrada aos gigantes de gelo. O Odin, com a sua dureza excessiva para com o par de jarras a que chama filhos. O Loki, quando leva os seus enormíssimos daddy issues ao extremo e, sei lá, tenta parecer o herói e quando isso falha tenta invadir a Terra. A sério, que bando de prima donnas. *reviraosolhos*

Ainda assim, sinto que o mais desequilibrado em termos narrativos é o Loki. Talvez esteja enjoada de ver arquétipos como o Loki serem sempre o vilão, mas creio que um pouco de subtileza a explorar este tipo de personagem precisa-se. Os tricksters têm tanto por se lhes pegar, que é fraquito puxar sempre para o vilão. Quero dizer, entendo as motivações do personagem, e compreendo o porquê de enveredar por este caminho, mas a certa altura pareceu-me que estava a ir longe demais. E o filme funcionou melhor (não só este, mas em certa medida os Vingadores também) para mim quando eu me esquecia que o Loki estava por trás daquilo tudo.

Thor: The Dark World foi um filme que se tornou num favorito por várias razões. Primeiro, porque explora muito mais Asgard e os nove mundos (algo que agrada a esta taradinha da mitologia) e melhor, combina este elemento de fantasia com elementos de ficção científica. Era uma coisa já meio explorada no primeiro filme, mas aqui aparece com maior detalhe.

Adoro que Asgard e os nove mundos, com a sua estética mais fantasiosa, estejam espalhados por esse Universo fora. Dá ao filme uma combinação entre The Lord of the Rings e Star Trek. E não faço a comparação levianamente. As imagens de Asgard lembraram-me algumas cidades da trilogia de Peter Jackson, e tendo em conta que a mitologia nórdica foi uma das inspirações de Tolkien, não admira a ligação. (Também vi ali um bocadinho da relação Denethor-Boromir-Faramir na relação Odin-Thor-Loki.) E falo de Star Trek porque tive um déjà vu mesmo, dos dois filmes mais recentes. A nave do Malekith lembrou-me a do Nero, e uma certa aterragem que faz recordou-me uma cena do segundo filme.

Segundo, porque o humor do filme é tão bom. Dei por mim na risota em muitas cenas. As loucuras do Dr. Selvig, o reencontro da Jane com o Loki (go Jane!), e uma certa cena de antropomorfismo do Loki. Qualquer parte em que a Darcy entre, neste filme ou no anterior. (Adoro aquela miúda.)

E terceiro, visualmente é um filme impressionante. Tem muitos locais fantásticos para mostrar, Asgard, alguns dos nove mundos, incluindo o local de onde vêm os elfos negros. Que, já agora, são um bocadinho arrepiantes.

Gostei de ver a evolução de alguns dos personagens. O Thor até está um bocadinho apagado, e senti falta daquela personalidade feliz que ele tinha no primeiro filme, mas agradou-me ver o conflito entre as responsabilidades dele e o desejo de voltar para a Terra e para a Jane. A Jane, por sua vez, é uma rapariga engenhosa e decidida, talvez um pouco desastrada, mas aqui vê-se vítima das circunstâncias e à mercê de seres muito mais poderosos, colocando-a numa boa parte do filme num papel mais passivo. Mas tem um papel importante na batalha final para compensar.

O Loki, bem, prefiro este estado de indefinição em que não sabemos se ele está mesmo a ajudar os bons ou apenas a ajudar-se a si próprio. E é bem engraçado vê-lo a trabalhar com o Thor. Uma das minhas cenas preferidas do primeiro filme é uma cena cortada, com os dois irmãos, e é giríssimo ver essa ligação, as piadinhas, a rivalidade amigável... enfim, não sei se vai durar muito. Mas se é para o Loki entrar em modo vilão outra vez, gostava que fosse em modo Ragnarok, que deve ser uma coisa fabulosa de ver em filme.

Do Odin não há muito a dizer... é um pai, é algo duro, é às vezes um bocado velho do Restelo. Faz-me falta ver a parte mais sábia e poderosa do Odin, acho que só estão a explorar uma faceta dele. Mas ei, mostraram um dos corvos dele, já é qualquer coisa. Tenho a dizer que detestei a narração inicial do actor que serve de introdução ao filme. Era demasiado excitada, achei que devia ser mais sóbria e melhor pausada. E o Heimdall... ah, que ideia genial darem o papel ao Idris Elba. Gosto muito dele, e dá um certo estoicismo ao papel.

Gosto imenso do grupo de cientistas da Jane. Pobrezinhos, passam metade do tempo meia dúzia de passos atrás dos acontecimentos, mas são eles que se revelam cruciais para o final. A Darcy, já disse, adoro-a (e adoro como ela diz Mjölnir). O Dr. Selvig, coitado, ainda está a lidar com o que lhe aconteceu nos Vingadores, mas proporciona alguns momentos divertidos. E já que falo em sidekicks, tenho de falar nos do Thor. Fiquei muito animada ao ver o Zachary Levi como Fandral, e fiquei ali um bocadinho confusa porque não me lembrava dele no primeiro filme (é outro actor), e agora fiquei a morrer de saudades de Chuck. E gosto bastante da Sif, é boa rapariga, distribui porrada a rodos, e tem potencial como personagem. Gostava de a ver mais explorada.

Estou intrigada para onde vão levar a história. Uma das cenas finais é sugestiva e deixou-me curiosa. E ah! desta vez não me apanharam. Fiquei até ao fim, e vi as duas cenas adicionais no meio dos créditos. Depois dos Vingadores, nunca mais me apanham a sair da sala antes dos créditos terminarem. Vi a primeira cena, que anuncia o próximo filme. E aguentei até ao fim para ver a outra, que não tem tanta consequência, mas tem um momento bem divertido.

2 comentários:

  1. Ri tanto com este filme. Não achei que o Thor estivesse mais apagado, pareceu-me mais maduro e por isso talvez menos parvalhão que no primeiro filme, mas até gostei deste Thor. Ainda não "compro" a relação dele com a Jane mas foi melhor explorada neste filme. E o Loki! <3 Como ele e Thor trazem o que de pior e melhor há em cada um deles. <3 E a Darcy! O "mew-mew" e a cena do beijo! xD E faça-se um filme só da Sif! \o/ Por acaso diz que a Jamie Alexander pode vir a ser a Wonder Woman por causa deste papel. *fingers crossed* Não que goste da Wonder Woman, sinceramente não conheço muito, mas faz falta filmes centrados em super-heroínas. *recusa-se a pensar em Electra e Catwoman*

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    1. A mim fez-me falta a personalidade "sunny" do Thor no primeiro, e acho que o Loki lhe rouba o protagonismo, o desgraçado. xD Mas gosto do novo lado maduro dele, sim. :)

      Lol, eu até gosto da Jane, mas não consigo torcer por ela, coitada, porque tendo em conta que eles são de mundos diferentes e com longevidades diferentes, isto só pode correr mal. Portanto, estou já a acautelar-me e a manter-me pouco apegada a ela. Mas pronto, eles são fofinhos juntos.

      Ah, as cenas da Darcy... priceless. Especialmente a parte em que a interna que não é paga tem um interno que também não é pago. xD E o beijo também foi giro, quase que roubavam o protagonismo ali por um momento.

      Ei, consigo vê-la bem como Wonder Woman, que ideia tão boa. *torce para que aconteça*

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