segunda-feira, 6 de julho de 2015

Curtas: só volumes 2 de BD

Ms. Marvel vol. 2: Generation Why, G. Willow Wilson, Adrian Alphona, Jacob Wyatt
Já tinha dito na opinião do livro anterior que achava a Kamala adorável, e gostei mesmo dela e da própria história que os autores estão a contar. Este volume elabora mais um pouco a sua evolução como heroína, combinando-a com algumas cenas caseiras e entre família e amigos, sendo bem abrangente.

O título não é por acaso. O vilão que é enfrentado pela Kamala como Ms. Marvel é alguém que faz jovens da idade dela confrontar-se com o conflito geracional entre eles e os pais. E é extremamente interessante, ver os dois lados do assunto, os velhos do Restelo que acham que os jovens vão levar o mundo para o Inferno, e os próprios jovens, que vão herdar um mundo cada vez mais complicado e só querem uma oportunidade.

É muito inteligente colocar este ponto no centro da acção, pois é uma questão transversal à geração da Kamala, tornando a história universal e, er, relacionável. A Kamala tem uma família conservadora, mas é uma miúda dos nossos dias, é uma fangirl e uma geek que se vê a lutar lado a lado com os seus heróis, e que tem problemas como qualquer outro jovem.

Adoro a família da Kamala, e adoro ver como a escrevem, pois apresentam fantasticamente os seus valores e cultura, mas também mostram um grupo de pessoas fantásticas e que só se preocupam com a sua querida menina. Enquanto que a Kamala luta por um pouco de emancipação e tenta aprender a ser uma super-heroína, os pais estão ali a preocupar-se compreensivelmente com os desaparecimentos súbitos da rapariga.

Dois pontos fantásticos do volume: o Lockjaw, que se torna o melhor companheiro que uma super-heroína podia pedir. (Adoro a reacção da Kamala a conhecê-lo, e quão facilmente o recebe como seu. Há uma simplicidade no trato dela que me agrada.) E o Wolverine, que trabalha com a Kamala num caso relacionado com o vilão principal. (Uma equipa vencedora, só pode. A Kamala é fã do Logan ao ponto de escrever fanfiction com ele, e a reacção dele à mesma é hilariante. De qualquer modo, a nossa menina consegue cativar o mutante durão, e é adorável de ver.)

Continuo a gostar muito da arte de Adrian Alphona, meio cartoonesca, e perfeitamente adequada a desenhar os poderes mórficos da Kamala. Continuo a achar que ele é bastante expressivo. Jacob Wyatt também é assim para o cartoonesco, mas mais a puxar para o gag, e também me agrada, mas em comparação com o outro artista, não gosto tanto dele, não é por não ser bom; só perde na comparação.

Batwoman vol. 2: To Drown the World, J.H. Williams III, W. Haden Blackman, Amy Reeder, Trevor McCarthy
Este livro faz-me chegar à conclusão que há personagens e super-heróis que eu sigo não por estar propriamente interessada no enredo que se vai desenvolvendo, mas mais no personagem em si, no decorrer da sua vida, nas suas acções e reacções, e nos seus momentos pessoais.

Serve isto para eu dizer que o arco de história explorado nestes dois volumes não me cativou por completo. Não sei, falta-lhe qualquer coisa para me puxar. O tema meio sobrenatural é um pouco estranho nas mãos de alguém da Batfamília, e como tem sido apresentado aos poucos, ainda não é possível ver uma imagem clara, e não consegue manter o meu interesse totalmente.

Por outro lado, acho fascinante seguir a vida da Kate Kane, como Batwoman e como Kate. Estou muito interessada em ver como o decorrer dos eventos sobrenaturais afecta a sua postura, como ela muda à medida que luta como Batwoman. Mas também gosto de espreitar a sua vida pessoal, as cenas com a Maggie, e conhecer o resto da família. Este volume tem umas cenas e um enredo à volta do general (o pai da Kate) e a Bette (a prima) que são comoventes e bem giras de ler, foram das minhas partes favoritas.

Sobre a arte, já mencionei que gosto muito, e aquilo que gosto, e creio que os artistas presentes neste volume fazem jus ao que está para trás. Não são tão experimentalistas, mas seguem as opções tomadas anteriormente, e usam também algum planeamento de vinhetas incomum. Além disso, tenho a dizer que gostei imenso da forma usada para contar a história, com avanços e recuos temporais. É muito difícil sustentar um livro inteiro assim, mas os autores conseguem-no.

Sex Criminals vol. 2: Two Worlds, One Cop, Matt Fraction, Chip Zdarsky
Este volume é ainda melhor que o anterior. Enquanto que o volume 1 era mais brincalhão, explorando as potencialidades do poder da Suzie e do Jon, este é mais terra-a-terra, explorando a sua relação depois da euforia dos primeiros tempos da relação, e dando um background mais pormenorizado ao Jon, enquanto que continua a abordar a sexualidade duma forma descomplicada e realista, sendo até informativo em certos momentos.

Gostei mesmo de ver o percurso da relação da Suzie e do Jon. Depois da excitação de se descobrirem e se conhecerem, e do roubar bancos, a rotina instala-se, e quase dá cabo deles. É uma visão realista do seu percurso como casal, e abre portas para explorar outra coisa importante: a saúde mental do Jon. O percurso dele é fascinante, e tratado duma maneira honesta, o que me agrada.

Gostei de conhecer os novos personagens, o Robert e o psiquiatra, porque trazem algo novo à historia, e são divertidos de acompanhar (especialmente o psiquiatra, com os seus pontos de vista únicos). Também gostei de ver a amiga da Suzie, a Rachel, um pouco mais desenvolvida.

Contudo, a melhor nova introdução foi a Jazmine, que conhecíamos apenas como uma estrela porno mencionada pelo Jon. E os autores fazem um trabalho fantástico a introduzi-la, a apresentar a sua história, e a ligá-la com o enredo principal. (Além disso, as cenas dela trazem uma paródia brutal a The Wicked + The Divine que me fez rir à gargalhada.)

Conseguimos também perceber melhor a natureza dos "polícias do sexo", e bolas, que tipos maléficos. Aquilo que fizeram à Suzie não se faz. A sua postura é curiosa por ser questionável, já que ninguém lhes pediu para fazerem o que fazem. A sua intervenção leva a que a Suzie e o Jon explorem mais o "mundo parado", e os bocadinhos que descobrem são intrigantes. A única coisa que me queixo é que as coisas terminam num ligeiro cliffhanger que me deixa super curiosa.

Batgirl vol. 2: Knightfall Descends, Gail Simone, Ardian Syaf, Ed Benes, Alitha Martinez, Vicente Cifuentes
Tenho gostado bastante da Barbara Gordon, da sua voz, e de seguir a sua história e o seu percurso ao longo destes dois volumes. É uma personagem tão fácil de gostar. Claro, como qualquer Bat-título, tem um pouco de escuridão e gravidade e traumas, mas a Barbara lida com o super-heroísmo com uma personalidade tão bem disposta, sempre tão boa pessoa, que se recusa a comprometer os seus princípios, e sempre sem tirar os olhos do seu objectivo.

A primeira história do livro é uma espécie de prequela, sobre quando a Barbara se vê numa situação volátil, e se torna pela primeira vez na Batgirl. E é fantástico de ler sobre esta menina muito inteligente, e muito determinada, que pega numa capa e numa máscara para defender os seus. É extraordinário.

A história seguinte tem um vilão meio patético, mas um ângulo muitíssimo interessante: um dos criminosos que trabalham para ele era um dos homens que acompanhava o Joker quando a Barbara foi atacada. E gostei de como a história a fez confrontar com esse evento, porque a tornou mais forte e mais pronta para continuar a ser a Batgirl. A Barbara tem feito muitas coisas de super-heroína com alguma insegurança, mas agora ela está mais bem preparada. (Além disso, gostei de ver a Canário Negro.)

A terceira história faz ligação com o evento das Corujas que se bem percebo, está centrado no Batman e suas revistas. O que não é necessariamente mau, só que este número da revista termina num cliffhanger que deve ser resolvido noutra revista. Não sou fã. Por outro lado, a história em si, e o vilão, são bem interessantes de acompanhar.

A quarta história pega num vilão e respectivos mãos-de-obra, que querem limpar Gotham do crime... ao matar sem dó quaisquer criminosos que se lhes atravessem à frente. Gostei de ver a Barbara fazer o seu papel, mas não perder de vista o certo e o errado, e como protege um miúdo que roubava carros, e que nas mãos deste grupo é um joguete. Também achei alguma piada a vê-la trabalhar com a Batwoman.

Outros destaques do volume prendem-se com a família e amigos da Barbara. Gosto da Alysia, e tenho ficado cada vez mais curiosa com a presença do James Jr. (mal sei a história passada com ele), e com a da mãe da Barbara. O livro termina num cliffhanger, no que toca a este ponto, mas um que me deixa com muita vontade de continuar a ler.

Custa-me que os artistas anunciados na capa não sejam todos os que participam no volume (a lombada ainda é menos generosa que isso); quem fez a capa "esqueceu-se" de Alitha Martinez, que faz aparentemente ainda mais trabalho no volume que Ed Benes, por isso não se percebe a omissão. De qualquer modo, gosto do aspecto geral da arte, sendo que nenhum se destaca. (Mas aprecio que a arte se transforme um pouco quando a Batwoman aparece, em honra a ela e ao trabalho dos seus artistas.)

4 comentários:

  1. Opá, tenho mesmo de ler Ms. Marvel. Os volumes andam a sair tão depressa, dá-me um ataque de ansiedade!

    Off topic: já viste?? http://www.goodreads.com/book/show/25446343-the-muse-of-nightmares
    falta tanto... :(

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    1. Oh, you must. :D A Ms. Marvel é assim dos comics aquilo que está mais perto do tom YA, com o qual já estamos habituadas. ;) E sim, saíram tão depressa, raios, já vem o terceiro a caminho, que acabou de sair... só que agora para o próximo tenho de esperar até Novembro. -.- Nessa altura faz um ano de o primeiro livro ter saído, o que me parece um ritmo muito bom, acho que a Kamala se tornou mesmo popular. ^_^

      Já vi! Estou a tentar nem pensar nisso, gods, tanto tempo. E se ainda não tem data anunciada, é porque deve ser para o fim do ano, ou seja, temos mais de um ano de espera. :/ Estou a morrer de curiosidade, quero ver o que ela faz com outros mundos. :)

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    2. É uma boa quantidade de volumes num ano.

      Pois é... também já imaginei que quando sair a data de publicação vai ser prai 29 de Dezembro xD

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    3. Com a nossa sorte... vamos sofrer, vamos. xD

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