quarta-feira, 8 de julho de 2015

Royal Wedding, From the Notebooks of a Middle School Princess, Holiday Princess, Meg Cabot


Páginas: 160 / 192 / 448

Editora: HarperCollins / Feiwel & Friends (MacMillan) / MacMillan

Estava bastante expectante acerca destes novos livros relacionados com os Diários da Princesa, porque não sabia bem o que esperar. Não precisava de me ter preocupado. A Meg Cabot continua com o seu sentido de humor bem afinado, continua com mão para as referências culturais, e ler mais uma aventura da Mia foi como voltar a casa depois de muito tempo fora: reconfortante, e muitíssimo divertido.

Tendo lido os dois novos livros lado a lado, prefiro (e recomendo) a ordem de leitura como a fiz, primeiro o livro da Olivia (From the Notebooks of a Middle School Princess), e depois o da Mia (Royal Wedding). O livro da Olivia passa-se num mais curto espaço de tempo, e cronologicamente está no meio do Royal Wedding, por isso faz mais sentido lê-lo depois, para perceber o que levou aos eventos em torno da Olivia, e o que resultou depois deles. Por outro lado, a Olivia aborda certos pontos mais levemente, ou passam-lhe ao lado certas coisas que depois podemos ver melhor exploradas pela Mia. E assim, complementa-se a leitura entre ambos sem estragar o resultado de cada um.

Posso começar por comentar que a Olivia é completamente adorável. É tão engraçado, mas é uma miúda completamente diferente da Mia, e nota-se. É menos neurótica, menos cínica e céptica, e mais segura de si mesma, mais observadora, e acima de tudo, mais cativante. Não tem problemas nenhuns em cativar a Grandmère pelo amor mútuo que sentem por animais (vá, os cães da Grandmère). É uma pequenita corajosa, e nunca se queixou do tratamento recebido na casa dos tios.

O seu é um livro curtinho, pois a audiência-alvo é mais nova, mas é igualmente cativante. Adorei a voz da Olivia, e não tive dificuldade em segui-la. Gostei muito de ver que tem sonhos e deseja ser ilustradora da vida animal, que tem objectivos definidos, e gostei que fosse bondosa e nada conflituosa, e genuína, e completamente cativante para os que a rodeavam. (Não gostei do tratamento que os tios lhe davam - quando começamos a perceber as coisas, através da narração da Olivia, é arrepiante.) Se saírem mais livros da Olivia, lerei com prazer.

Quanto ao lado da Mia, diverti-me tanto a ler a sua história. Passaram alguns anos (8, na cronologia dos livros), e nota-se, na diferença de perspectiva, mas noutras não mudou nada. A Mia está mais segura de si, mais experiente e assertiva, mas ainda é dada a neuroses e ser hipocondríaca, e é bom ver que alguém que tem a minha idade não tem tudo resolvido.

É curioso ver uma Mia adulta, ver o que ela faz agora, na vida adulta, depois da universidade. Ver como ela e o Michael estão. Ver a sua relação com os que a rodeiam. Adorei descobrir as mudanças nas vidas destas pessoas que me ocuparam tanto tempo.

E por falar nisso, mudanças favoritas: o Boris ser agora a modos que um Justin Bieber. Do melhor. A Lilly passar o tempo a insinuar-se ao Lars. A Lana casada e mãe! (Medo! Aquela rapariga a educar uma criança!) Uma mudança menos favorita: o Frank Gianini. Sei porque aconteceu, e de certo modo abre a porta a outras coisas que eu gostei de ver, mas bolas, também é triste. Por outro lado, gostava de ter visto mais da mãe da Mia e do Rocky, sinto que vimos tão pouco deles.

Achei muito interessantes as referências, porque dão uma boa imagem do momento cultural que se vive. A prevalência das redes sociais e dos smartphones, a presença da vida privada da Mia nos jornais, a existência mesmo de um site que faz um ranking dos membros da realeza europeia conforme as preferências dos utilizadores. (Claro que a Mia fica obcecada com isso a certo ponto.)

Ainda mais interessante, quando a Mia era uma miúda, não era tanto incomodada pelos media, o que acontece agora, a um ponto invasivo e quase perturbador. Não sei se é por ela antes ser menor, ou se é porque hoje em dia os media são bem mais agressivos, talvez seja um pouco de ambos, mas é uma perspectiva fascinante a ponderar.

Quanto à Mia e ao Michael, só tenho a dizer que são adoráveis. Gosto de ver a relação deles num ponto tão estável, de entendimento mútuo, é uma mudança refrescante e sempre foi o que quis ver deles, um casal de iguais. Adorei um certo pequeno desenvolvimento entre eles, porque só a Mia para ser tão clueless (eu percebi as pistas todinhas), e foi uma delícia acompanhá-los por esta fase tão atribulada da sua vida. (Não era parte dos Diários da Princesa se assim não o fosse.)

Agora que penso nisso, chego à conclusão que a Meg podia perfeitamente ter estendido estes livros por dois ou três: Royal Engagement, Royal Wedding, e talvez Royal Birth? Seria tão divertido, acompanhar todos os dramas da Mia por estes acontecimentos tão gigantescos da vida dela.

Outras coisas que gostei: rever a Grandmère, e todas aquelas referências enviesadas a ela andar enrolada com actores de Hollywood com metade ou um terço da idade dela. (Heh, assim é que uma pessoa se mantém jovem e com pedalada.) Gostei do percurso do pai da Mia pelo livro, que teve de se confrontar com algumas decisões bem grandes, e agora finalmente posso acreditar que o homem está mais bem resolvido que alguma vez o vi.

Oh céus, agora estou mesmo a pensar em que precisava de ler mais um volume ou dois com a Mia. Livros novos na série, bem entendido. E em hardcover, pode ser, oh forretas da editora da Meg? Por favor, todos os livros dos Diários da Princesa tiveram direito a isso quando a série era YA, mas agora que tem um volume de teor mais adulto já não há cá nada para ninguém? Bah. Além disso, detestei a capa americana (a minha edição, aqui vista, é a britânica/resto do mundo, bem mais fofinha, e visualmente faz par com a americana da Olivia), tão pouco inspirada e ao mesmo tempo cheia de tralha.

Uma breve menção a Holiday Princess, que é um pequeno livro na senda dos outros semelhantes, só que desta vez sobre a época festiva em Dezembro, e que várias festas religiosas e que tradições são observadas na altura. Muito giro. Há uma secção com um parágrafo para montes de países, e Portugal aparece lá.

2 comentários:

  1. O Diário da princesa foi sem dúvida um grande marco na minha adolescência e soube muito bem revisitar o mundo da Mia :) Tenho de ler o da Olivia.

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    1. Pois soube! A Mia está na mesma, mas ao mesmo tempo mais crescidinha. :) Recomendo o da Olívia, é bem mais simples, é duma faixa etária mais baixa, mas é fofinho, a Olivia é adorável. ^_^

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