quarta-feira, 27 de julho de 2016

Curtas: Graphic Novels da Marvel, vols. 15 a 17

O Espetacular Homem-Aranha: Revelações, J. Michael Straczynski, John Romita Jr.
Já li esta história também, no passado, pelo menos grande parte dela me é familiar; creio que quando a Devir publicava revistas mensais, e uma delas era do Homem-Aranha.

E este status quo do Aranha acaba por ser um dos meus favoritos. Uma das coisas que me aborrece quando escrevem o personagem é esta tendência para voltar a uma certa estagnação que faz dele um coitadinho e uma espécie de Peter Pan que não cresce.

E portanto as histórias que mais gosto metem algum tipo de evolução (ele a trabalhar nos laboratórios Horizonte, toda a coisa da troca com o Octopus), e as histórias que detesto metem coisas como apagarem o casamento do Peter e da Mary Jane numa alteração de realidade vergonhosa e que devia ter mais repercussões que teve.

Aqui, vemos desenrolar-se a história depois da Tia May descobrir que o Peter é o Homem-Aranha. E é fantástico! Dá espaço a esta grande senhora para mostrar como é uma pessoa de classe e absolutamente fabulosa. Sou uma fã da May, e foi a maior perda da coisa de desfazer o casamento: ela deixar de conhecer a identidade dele. O Peter passou tanto tempo a esconder-se desta pessoa que ama, que é libertador ver tudo revelado. E adoro a reacção da May: preocupada, mas curiosa e aliviada por saber a verdade.

A história mete pelo meio o Peter a ajudar uns miúdos da escola onde ensina (outro desenvolvimento que eu adorava), e a meter-se no meio de uma luta entre o Octavius e um imitador dele. Mas a melhor parte desse segmento é na verdade a Mary Jane. Ela e o Peter estão separados, e ela está a fazer a sua coisa, a aprender a sua própria pessoa, e gosto muito deste trajecto para ela, ser uma pessoa independente e não deixar que os dramas do Peter a arrastem. (Apesar de eu gostar muito de os ver juntos.)

Supremos: Segurança Nacional, Mark Millar, Bryan Hitch
Ler isto depois dos filmes dos Vingadores parece dèja vú. Acredito que o primeiro deva bastante a esta história; os pormenores são bastante diferentes, mas o tom, a maneira como as coisas são apresentadas e evoluem, lembra-me imenso do filme. Ambos estão a tentar apresentar os personagens e o mundo a leitores/espectadores que não estão familiarizados com os mesmos.

O mais fascinante desta história é o conjunto de vilões, de como estão relacionados com a história do Capitão América, e de como estiveram tanto tempo tão discretos, e de como os heróis estiveram tão perto de perder tudo. Não conhecia muito esta raça, mas achei bastante interessante descobri-los.

A interpretação/variação de alguns personagens é muito engraçada/interessante (no primeiro caso não é nada engraçada, atenção): o Hank Pym, que no universo 616 tinha batido uma vez na Janet, aqui evolui para violência doméstica a larga escala, completamente iludido que está a fazer... bem? Ugh. O Thor é um taradinho da ecologia que deixa toda a gente na dúvida se não será um doente mental que fugiu do manicómio e acha que é um deus.

O Mercúrio e a Feiticeira Escarlate aparecem só nos momentos cruciais, depois da vitória, e o Mercúrio diz que sempre esteve lá, se virem nas filmagens e abrandarem a coisa, lá andará ele a distribuir porrada, supostamente. (Este gag é hilariante, por alguma razão.) O Gavião Arqueiro e a Viúva Negra trabalham juntos, dão porrada como se não houvesse amanhã e fazem proezas extraordinárias, são muito giros. (Não consigo é ver o Gavião com o design de brincos nas orelhas. Não me parece nada ele, mas enfim, é outra interpretação do que aquela que li.)

Thunderbolts: Fé nos Monstros, Warren Ellis, Mike Deodato
É bastante desconcertante mas curioso ler e opinar isto a uns dias de o filme do Esquadrão Suicida sair. Porque basicamente esta é a versão Marvel de uma equipa de vilões forçados a trabalhar para o lado dos "bons", e uso aspas porque o posicionamento da equipa e do líder Norman Osborn no espectro de bom-mau é... incerto.

Primeiro, reconheçamos quão fixe é ter o Norman a liderar alguma coisa. Porque, um, ele é assustador a lidar com os outros elementos, impondo a sua autoridade vezes sem conta. Dois, porque ele é doido, doido, e doido. A obsessão dele com... aranhas neste livro? Hilariante.

Fora o Venom e o psicopata (caramba, nem me tinha dado conta de quão avariado este tipo é até ler isto) Mercenário, o restante da equipa é pouco proeminente, praticamente toda desconhecida da minha pessoa. Alguns deles têm um conjunto de poderes bem doidos. O Penitente só consegue activar os poderes dele se estiver num fato com espigões lá dentro que lhe provocam dor. Adorava saber quem é que se lembrou disto e de onde é que saiu a ideia, porque é... bizarro.

Normalmente acabo a gostar bastante de algo que o Warren Ellis escreva, porque ele explora um conceito inusitado, encontrando um ângulo fascinante, e sendo bom a apresentar o drama emocional, as tensões. Aqui temos uma equipa que não é uma equipa, sendo forçados a trabalhar juntos, e gostei de ver isso, combinado com o problema que é aquela coisa que saiu da Guerra Civil que é o Registo de Super-Heróis, e a detenção daqueles que não se registam - os Thunderbolts estão encarregados desta parte... com métodos violentos e pouco ortodoxos.

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