quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Este mês em leituras: Agosto 2016

Agosto! Mês de férias por excelência... Sinto-me totalmente relaxada. (Maybe not. Veremos.)

Livros lidos


Opiniões no blogue

  • Os 100 - Regresso a Casa, Kass Morgan
  • Curtas BD: Esquadrão da Luz, Peter J. Tomasi, Peter Snejberg, Bjarne Hansen; Eu Mato Gigantes, Joe Kelly, J.M. Ken Niimura; Umbrella Academy - Suíte do Apocalipse, Gerard Way, Gabriel Bá; Sorri, Raina Telgemeier;
  • The Rose Society, Marie Lu;
  • The New Guy (And Other Senior Distractions), Amy Spalding;
  • If I Was Your Girl, Meredith Russo;
  • Curtas BD: Lumberjanes vol. 2: Friendship to the Max, Noelle Stevenson, Grace Ellis, Shannon Watters, Brooke Allen; Bitch Planet, vol. 1: Extraordinary Machine, Kelly Sue DeConnick, Valentine De Landro; ODY-C vol. 1: Off to Far Ithicaa, Matt Fraction, Christian Ward;
  • Lock & Mori, Heather W. Petty;
  • Meg Cabot: Abandon, Underworld.

Os livros que marcaram o mês

  • The Rose Society, Marie Lu - a este ponto, acho que só a Marie para me fazer torcer por alguém que faz coisas tão, tão erradas como a Adelina... mas eu quero mesmo que a pobre da miúda encontre o caminho, raios... o último livro vai sair em Outubro e eu tenho medo, muito medo;
  • Lock & Mori, Heather W. Petty - às vezes um livro vem-nos parar às mãos, e nem parece ter nada de especial, mas ficamos vidrados... é a melhor sensação, e fiquei mesmo fã dos personagens, my precious babies, só me apetece proteger estes miúdos do mundo;
  • Confesso, Colleen Hoover - este destaque não é por o livro se destacar em si nas minhas leituras, nada disso; foi melhor que os últimos dois que li dela, mas nada extraordinário; não, o destaque é porque já percebi porque é que a Colleen não me consome como outras autoras como ela o poderiam fazer ao ler os seus livros... falarei mais sobre isso na opinião do livro.

Outras coisas no blogue


Aquisições

E foi o que entrou para as minhas estantes este mês. Os dois livros da Meg Cabot para o meu desafio pessoal da autora. O Confesso comprei com um vale do cartão Fnac. O seguinte mandei vir pelo Círculo de Leitores, por interesse profissional. E continuei as duas colecções de BD que estou a fazer, a Graphic Novels Marvel (2 livros), e a Novela Gráfica II (5 livros) [começo a odiar a expressão graphic novel de tanto a repetir... e porque soa tão snobe, raios].

Andava há meses, MESES, a a suspirar para encomendar estas duas coisas criadas pela Cassandra Clare e por uma artista que trabalha com ela e com os personagens dela do mundo dos Shadowhunters, a Cassandra Jean. Pois em Julho, toda eu era "this is THE MONTH". Pois, e chegou em Agosto. Os correios têm estado assim TÃO bem.

(Neste caso, até sim. No caso de todas as minhas outras encomendas que foram encomendadas antes de/por volta de 15 de Julho? O drama. Eh... já me chegaram às mãos encomendas que foram enviadas DEPOIS. Tipo um mês depois. E ainda falta uma de Julho... *facepalm* Este mês foi a prova viva que os CTT decidiram trollar-me à força toda.)

A ler brevemente

Podemos considerar isto a minha wishlist de leitura para o resto do ano? São aqueles livros que simplesmente eu vou à estante e ficam a fazer-me olhinhos, mas depois eu fujo sempre para o outro livro do lado. Pobrezinhos.

Aqueles que eu tenho quase a certeza que vão ser lidos em Setembro: os da Meg Cabot, para já. Vou acabar a trilogia dela que tenho a meio, e ver se ponho as mãos no romance histórico que acabou de sair em Portugal. (Até tenho dinheiro em cartão Continente e tudo para gastar.) Os outros cujo título escrevi na imagem, também estão na minha mente...

... não quero deixar nenhuma destas séries para trás, e até me tenho portado bem quanto a isso. No caso de pelo menos uma é mais necessidade de não deixar para trás. Tipo "se eu não leio isto mal me chegue às mãos, morro, expludo, caio para o lado de excitação e antecipação". (*cof*Empire of Storms*cof*a Sarah vai matar-me do coração*cof*)

Fora isso? Bem, eu devia ler o do Ransom Riggs. O filme deve estar aí a sair. E o Illuminae. Vai sair o segundo em Outubro e eu ainda não sei como não li. (Como sempre, a culpa é das expectativas. Coisinhas assustadoras.) O resto, fica para o ano todo. É uma maneira de me recordar deles cada vez que for à estante à procura de algo para ler.

domingo, 28 de agosto de 2016

Meg Cabot: Abandon, Underworld


Páginas: 320 / 336

Editora: Point / Point

Oh, boy. This is a mess. Uma que me diverti a ler, atenção, e devorei e tudo o mais. Mas ei, isso também aconteceu com o Crepúsculo, e toda a gente se lembra do quão... problemático esse era. (A comparação não é inocente. Já lá chegamos.)

Ora bem, esta série é como que um retelling ou adaptação do mito de Perséfone e Hades. A Pierce, a protagonista, morreu brevemente quando tinha 15 anos, e no processo conseguiu que a divindade da morte, John Hayden, ficasse completamente embeiçado por ela, ao ponto de nunca estar muito longe quando ela está em perigo. No presente, a Pierce mudou de casa para a Ilha Huesos, na Florida, e enquanto a sua relação com o John "evolui", rapidamente se vê perseguida por seres sobrenaturais muito perigosos...

Coisas boas que posso dizer, antes de passar às más: a escrita da Meg continua devorável. Ela tem o seu quê de cativante que me faz devorar qualquer livro, mesmo quando é muito parvo. Até o Insaciável teve os seus momentos.

E também: adoro a maneira como ela às vezes pega num conceito e lhe dá uma reviravolta do caraças. Gosto muito da ideia que ela criou aqui em torno do Submundo (Underworld), de quem fica responsável por ele; e de como tentou recriar o mito grego de Perséfone sem o seguir passo a passo, fazendo a sua própria coisa.

Ainda: gosto do elenco de personagens secundários, muito divertido, especialmente os amigos da Pierce, o Richard Sexton, e os marinheiros. Gosto do esforço para ter alguma diversidade - pelos apelidos, uma série de personagens tem raízes latinas, Pierce incluída (se bem que Oliviera é daqueles que podia ter sido evitado... creio que existe, mas soa tão mal...), e o Richard fala adoravelmente do seu parceiro (se o livro fosse escrito hoje já estavam casados).

Passemos às coisas más. Vou começar por uma fácil: a editora Point continua a insistir em produzir uns paperbacks horríveis. É a mesma queixa que tinha com a trilogia do Airhead: o livro é demasiado rígido, porque o papel é demasiado rígido, pouco flexível. Não facilita a experiência de leitura.

E passemos ao grande problema que eu tenho com os livros, que são precisamente os protagonistas, a Pierce e o John. You see, em muitos aspectos eles são uma cópia chapada da Bella e do Edward, e digo-o no sentido arrepiante e desconcertante.

Ora vejamos: o John é um perseguidor. Anda sempre atrás da Pierce, mesmo quando se zangam e ela lhe pede para se afastar. Porque, sabem? Ela ama-a. Quer protegê-la. Really. *facepalm* É violento quando está zangado. Tem a lata de lhe mentir e manipular acerca do mesmo assunto duas vezes no mesmo livro (o segundo).

Assume que só porque ela morreu (aos 15 anos), vai entrar num compromisso com ele... para sempre. Acha que a melhor maneira de proteger a Pierce é trancá-la no Submundo, forçando-a a deixar a sua vida e deixar de ter contacto com os seus. Tem esta mania irritante de lhe mudar a roupa cada vez que vão parar ao Submundo, que é absolutamente arrepiante.

A Pierce não é melhor. É tão... burra. Só quando alguém lhe diz com as letras todas que o John é uma divindade da morte é que o percebe. Mesmo quando havia pistas por ali aos pontapés. E depois, meu Deus, onde é que está a coragem, a espertalhonice, a irreverência que eu conheço de outras protagonistas da Meg? Ninguém diria à Suze Simon (a Mediadora) o que fazer. E no entanto a Pierce parece perfeitamente contente em deixar-se levar através do enredo escasso como uma ovelhinha, sem acção própria.

E a maneira como ela lida com o John, credo. Uggghhhhh. Alguém me mate. Ela fala dele como se fosse "uma coisa selvagem", e que "só precisa de ser reparado" do seu feitio. Isto é precisamente o tipo de lógica que uma vítima de violência doméstica usaria, parece-me.

Alguém me fizesse sequer metade do que o John lhe faz, e morria. Não estou a brincar. Por isso nem sequer consigo compreender a falta de indignação da Pierce quando descobre o monte de merdas que ele lhe continua a fazer. Separada da família, para nunca mais os ver? Que fixe, dá-me lá mais uns beijinhos para eu me esquecer disso. Oh, mentiste-me para eu ficar aqui no Submundo contigo? Claro, querido, amo-te! POR AMOR DA SANTA.

Normalmente, mesmo quando uma personagem faz algo com o qual eu discordo muitíssimo, a caracterização é boa o suficiente para eu perceber porque o faz. Mas aqui? Não consigo perceber como é que uma pessoa NÃO ficaria completamente lixada da vida com certas coisas que o John faz. Mas aqui, a Pierce bate um bocadinho o pé e depois parece que se esquece que devia estar zangada.

O problema é, isto podia ser uma boa história, fantástica mesmo, se a caracterização fosse melhor feita, se os personagens não fossem caricaturas dos protagonistas doutro livro. Se as coisas evoluíssem doutro modo.

E o pior de tudo é que tenho a sensação que a Meg tem em algum nível noção do quão problemático tudo isto é. Quero dizer, ela escreve no segundo livro uma conversa entre o Richard e a Pierce em que ele pergunta se ela tem a certeza do que está a fazer, que apesar de ter dado encorajamento ao par, não pensava que chegasse a estes extremos. Por isso, ela sabe que o par não faz sentido algum. Sabe que podia fazer melhor.

Em termos de enredo, bem, o primeiro livro é fraquinho, como o primeiro da trilogia Airhead. Aliás, não há propriamente enredo. É mais como se o livro fosse uma prequela, ou uma preparação para toda a acção que vai acontecer nos livros seguintes. Só que o segundo também é muito parado na primeira metade. Não há nenhum objectivo claro, nenhum vilão concreto.

Ah... é como se a Meg tivesse tido ali uma crise de inspiração e tivesse perdido o jeito mesmo quando andava a terminar a série Princess Diaries, e depois de a terminar. Porque os livros que saíram por aquela altura, e nos anos seguintes, são aqueles dela que considero piores, mais fraquinhos. Esta trilogia, a trilogia do Airhead, e a duologia do Insaciável.

Aliás, acho curioso que, olhando para as datas de publicação dos livros dela, seja mesmo na recta final da série PD que há uma abundância de publicações dela, com o que parece ser meia dúzia de livros por ano (estou a exagerar ligeiramente, claro), para passarmos a dois por ano (em 2012 e 2013), e até nenhum (em 2014). Pergunto-me se não terá havido um certo cansaço, mesmo esgotamento por parte dela em relação à escrita.

Explicaria a queda de qualidade dos livros. Estes mais recentes, de 2015 e 2016, não têm tais queixas da minha parte. E é curioso que ela tenha voltado ao activo precisamente a reavivar séries antigas. Talvez fosse o que precisava para voltar a estar à vontade na escrita? Não sei. Isto sou só eu a alvitrar, claro, e sem ela vir cá para fora a falar disso, não posso saber se tenho razão. Mas lá que é coincidental, é.

Enfim. A sorte dela é que eu a adoro. Com outro autor que me fizesse uma destas, estava para aqui a berrar (um berrar escrito, claro) durante três horas, e nunca mais me esquecia da desfeita. Nem sequer estou zangada com esta confusão pegada. Mais... exasperada. Não havia necessidade. De qualquer modo, tenciono ler o terceiro livro, mesmo esperando que não seja grande coisa. Apesar de tudo, não é que tenha passado um mau bocado, é mais como se os personagens a comportarem-se como irracionais fosse uma inconveniência. Mas caramba, espero que a Meg não volte a este nível. Ela é demasiado boa para isso.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Lock & Mori, Heather W. Petty


Opinião: Este livro está nas minhas estantes desde o ano passado, quando parecia que estavam a sair alguns livros YA baseados em Sherlock Holmes, e eu andava a ler uns quantos, e mandei vir este, curiosa para ver o que sairia daqui. Só que por alguma razão parva (a capa talvez? os modelos parecem uns putos, se bem que vendo ao vivo nem tanto), achei que o livro era bastante mais juvenil que na realidade é, e sei lá, nunca lhe peguei até agora. Não vou dizer que foi isso que me afastou, acho que não, mas também não foi um incentivo. E nunca tinha tropeçado em opiniões que me lembrassem dele, o que é curioso mas explicável, suponho.

Lembrei-me dele por causa duma outra série Sherlock-like que é uma enorme favorita e que é muito, muito, boa: a série Every da Ellie Marney. Isto aconteceu porque eu há umas semanas descobri que a editora americana (a edição que eu estava a seguir) considera não continuar a publicar (só falta um livro, caramba), porque não tem tido muito sucesso por terras americanas. De quem é que é a culpa, quem é? Se tivessem publicado os livros mais próximos uns dos outros, e apanhassem o ritmo de publicação dos australianos (de onde os livros vêm), não tinham perdido leitores para a publicação australiana. Porque quase toda a gente que lê parece ficar louca para continuar a ler, e na altura em que saiu o primeiro nos EUA, o segundo já existia na Austrália, e o terceiro estava prestes a sair.

Concluíndo: fiquei muito aborrecida. E deprimida. E gritei um bocado online com a pobre alma que me quis ouvir, que procedeu a compadecer-se de mim. Já não bastava as editoras portuguesas passarem a vida a fazer isto, grrr. E quando fui de férias há duas semanas meti este no saco, porque já estava na hora, e estava com saudades de, bem, alguma coisa do género, e porque estava com saudades dos meus queridos Wattscroft, apesar de isto não ter propriamente a ver.

E agora só quero bater em mim própria. Porque é que levei tanto tempo a ler isto??? Ainda bem que nunca li as opiniões do Goodreads, porque as que aparecem primeiro são maioritariamente negativas. E nunca estive tão feliz em ir contra a maré. Normalmente não me importo de estar na minoria de uma opinião sobre um livro, ainda que positiva; neste caso, ainda que compreenda porque é que as pessoas se queixam, não me identifico com o que apresentam para não gostar. E suponho que é a única vez em que vou falar da opinião dos outros, porque aqui fiquei mesmo surpreendida por encontrar tantas opiniões menos boas.

Ok, agora é que vamos mesmo entrar no sumo do livro. A minha tendência para tangentes é grandiosa. O livro é sobre um par moderno e contemporâneo de dois dos personagens de Arthur Conan Doyle. Por um lado Sherlock "Lock" Holmes, um adolescente solitário e esperto e ligeiramente estranho que é fascinado com mistérios e deduções.

Por outro, James "Mori" Moriarty (sim, aqui tenho de concordar que é parvo ela chamar-se James, podia ter ajustado ligeiramente o nome), a nossa narradora, uma jovem muito inteligente, com queda para Matemática (o Moriarty original é professor de Matemática), ainda mais solitária, com uma sólida descrença na autoridade (e na humanidade), uma ética e moral, errr, flexíveis, e uma vida familiar complicada.

Os dois cruzam-se por acaso, apesar de frequentarem a mesma escola, e dão com uma cena de crime em investigação. O Lock, pela sua queda para mistérios, propõe que façam um jogo de investigação do crime, a ver quem chega à resolução primeiro, desde que partilhem tudo o que encontrarem sobre o mistério.

Esta é a premissa para a história. E raios, como eu adorei a narradora. Um feitiozinho tramado, desafiador, desconfiado, com um lado negro que ela está desesperada para esconder. A Mori não confia facilmente em alguém, e tem dificuldade com o contacto humano, talvez pela sua personalidade, talvez pela vida familiar. A verdade é que ela está mais à vontade com números, factos e teorias do que com pessoas e emoções. A sua narração é um pouco fria, mas muito cativante devido à maneira como ela funciona.

E uau, a maneira como essas coisinhas chamadas emoções dão cabo dela. Cedo no "jogo", a Mori encontra uma relação entre o mistério e a história da sua família, e o seu primeiro instinto é esconder tudo, investigar sozinha, porque por muito tempo ela esteve sozinha, a lidar com certas coisas em solidão, e com o aparente desinteresse de quem pudesse ajudar.

A verdade é que a situação é mais séria do que aparenta, e com a questão da violência doméstica que predomina em casa, ela sente que não tem outra hipótese. Tal como a solução que no final do livro ela quer dar à coisa; com a sua moral mais flexível, e aterrorizada com os outros caminhos que se lhe apresentam, ela mete na cabeça que só pode fazer aquilo, mesmo que seja a ideia mais idiota de sempre.

O livro tornou-se subitamente mais sério por causa disso, e eu apreciei esse tom. Gosto bastante da sensação de querer que um personagem tenha um final feliz - cheio de arco-íris e unicórnios -, emparejada com o reconhecimento que não é tudo tão fácil assim, às vezes as circunstâncias e as próprias pessoas estão no caminho de ficar tudo melhor, e não é fácil andar de mãos dadas com os nossos demónios sem se perder no caminho.

E pronto, esta é uma série sobre Holmes e Moriarty, suponho que tenha de acabar com o estabelecimento de uma rivalidade. Ainda que essa perspectiva seja desencorajadora. Esse caminho só pode passar por corações partidos e tragédia, e gosto demasiado destes miúdos para antecipar o drama que aí vem com excitação. (Bem, talvez um bocadinho. Eu sempre gostei do drama.)

Pronto, isto ainda é mais intenso e triste porque o Sherlock aqui é um rapaz adolescente adorável. Adorkable, mesmo, algo que nunca pensei que diria deste personagem-tipo. Com um fascínio por mistérios e deduções, mas ainda não o grande detective. Um pouco aluado, socialmente, e solitário, e com os seus próprios problemas. A diferença da Mori é que lida duma forma muito diferente com eles. Aliás, o jogo em si pode ser visto como uma maneira de não ter de lidar com eles.

É claro que se distrai completamente quando ele e a Mori começam a desenvolver uma queda um pelo outro, e é totalmente adorável. Todo desajeitado só para dar as mãos, e todo preocupado e protector quando percebe que a Mori tem problemas em casa, se bem que tenta dar-lhe espaço, como ela pede. Não sei bem o que foi, mas achei-os tão fofos juntos, talvez porque a situação parte de uma certa inexperiência dos dois, mas nunca pareceu infantilizada. Talvez porque ambos estavam num lugar menos bom, mentalmente, e estavam no lugar certo para serem um apoio mútuo. Se bem que há uma miríade de razões para a coisa descarrilar depressa.

O elenco de personagens tem os seus pontos altos, e gostava de destacar os irmãos da Mori (coisinhas fofas, pobrezinhos), o pai dela (a certa altura até achei que ele não era o seu pai biológico, devido à animosidade com que a trata), a Sadie (ainda não acredito que a Heather lhe fez o que lhe fez), e o Mycroft (não consigo lê-lo bem, nem sequer dá para perceber a sua idade, mas o que vislumbramos é fascinante).

O enredo podia ser mais forte, porque o mistério acaba por ser mais ou menos fácil de desvendar, e acabamos por nos focar mais nas emoções e sentimentos dos personagens a todo o cenário; no entanto, acho que também é precisamente esse o objectivo. É bastante interessante ver as coisas desenrolarem-se e ser desvendadas, e ver como os dois protagonistas reagem a elas. Além disso, para um livro tão pequeno, tem tanta coisa lá dentro, e fiquei surpreendida que apesar disso me provocasse uma impressão tão forte.

O fim, bem, já disse, dá a sensação que está tudo quebrado, e que não dá para voltar a colar a jarra exactamente da mesma maneira. É um pouco aflitivo. O Lock é bastante leal à Mori durante a narrativa, mas no fim ela esperava que ele fosse leal de uma forma que não encaixa com a sua natureza, e quase lhe ia custando tudo. Mesmo que certos limites não tenham sido ultrapassados (e quando forem, não dá para voltar para trás), a ideia está lá, e isso é infinitamente perturbador.

Oh, bem, a única coisa boa de eu ter lido isto agora é que só tenho de esperar até Novembro para ler o próximo. Pelo menos desta vez não tenho de me lamuriar sobre ter de esperar um ano. (Ou mais, no caso da Ellie Marney. Mas vou tentar contornar isso.) Estou com muita vontade de ler o que vem a seguir.

Páginas: 256

Editora: Simon & Schuster

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Curtas BD: Lumberjanes, Bitch Planet, ODY-C

Lumberjanes vol. 2: Friendship to the Max, Noelle Stevenson, Grace Ellis, Shannon Watters, Brooke Allen
Bem, as Lumberjanes revelaram-se ainda mais fixes no segundo volume. Admito que tinha alguma relutância em continuar a ler, foi por isso que esperei tanto tempo, porque achei que algo tão extraordinário, excêntrico e bem-amado só me podia vir a desiludir... mas se posso dizê-lo, acho que fiquei verdadeiramente fã das meninas desta vez.

Este volume expande mais a mitologia dos monstros que têm assolado o campo de férias, e com tudo mais a claro, soube-me melhor a leitura, por perceber o que se estava a passar. Não que a história dificulte a compreensão de outro modo, mas raios, gosto de perceber o que se está a passar, ao ver tantas referências meio familiares juntas.

Adoro que a história seja tão positiva e tão boa para o grupo de raparigas, apresentando-as como um grupo unido de amigas. É tão fofinho. Também aprecio que a Jen, a monitora, se tenha juntado a elas e ajudado nas aventuras. (Tinha ficado fã da Jen.)

Todas as jovens têm momentos para brilhar, e gosto muito da personalidade de todas, mas a Ripley é uma enorme bolinha de fabulosidade. Aquilo que ela faz no fim é fantástico e adorável.

Bitch Planet, vol. 1: Extraordinary Machine, Kelly Sue DeConnick, Valentine De Landro
É sempre uma sensação curiosa pegar num livro que tem um destaque tão grande. Entre as expectativas e a realidade, há o perigo de o livro se perder ali no meio. E podia até ser uma coisa bastante fixe para começar.

Neste caso, posso dizer que gosto muito da atitude deste livro. Passa-se num mundo em que uma mulher determinada como non compliant ("não complacente") é presa e enviada para um planeta secundário que funciona como prisão. E NC pode ser algo tão simples como discutir com um homem, não encaixar nos padrões de beleza, ou cometer o grande crime de deixar de interessar ao marido e ser trocada por um modelo mais novo.

Portanto, o livro essencialmente expande certos pontos que assolam a existência de uma mulher ainda nos dias de hoje (gostamos de fingir que estamos no século XXI, mas às vezes ainda parece que estamos no XIX), e usa-os para criar um mundo distópico em que a existência da mulher está imensamente constrangida ao ponto de acharmos ridículo... mas depois podemos pensar um bocadinho e chegar à conclusão que estes aspectos existem hoje no dia-a-dia, estão apenas, er, "exagerados" e condensados.

E portanto a premissa é muito fixe, e a atitude das personagens é fantástica (a Penny é espectacular), e o worldbuilding é impressionante, ao ponto de se sentir a injustiça de certos momentos, mas reconhecer que são honestos.

Os pontos menos positivos no livro são que o enredo em si e as personagens ainda não são muitos claros. Fora duas ou três protagonistas, não faz um bom trabalho em caracterizar, diferenciar e destacar as restantes, o que é uma pena. E o próprio enredo é bastante vago; vai haver um jogo tipo mata, em que uma das equipas é com mulheres da prisão, e...? O livro faz mais por criar o worldbuilding que a preocupar-se com um enredo concreto.

A arte é engraçada, muitas vezes a tentar evocar um estilo de anos 70-80, que é precisamente o objectivo. O fim de cada número inclui uns anúncios falsos bem apropriados ao mundo apresentado, superdivertidos. Só tenho pena de não ter acesso aos ensaios que os números individuais continham. Não tenho maneira de adquiri-los, como imagino que aconteça a muita gente, por isso é um bocado triste não serem incluídos.

ODY-C vol. 1: Off to Far Ithicaa, Matt Fraction, Christian Ward
Uau... este livro é positivamente alucinogénico. Não é para ser compreendido à primeira, muita gente nem se vai dar ao trabalho, não vai ser inteiramente compreensível, e pede várias leituras. É definitivamente desafiador. Challenge accepted.

A premissa é um recontar da Odisseia, no espaço, com personagens somente femininas, num mundo universo em que os homens foram erradicados e existe um terceiro sexo. Confused yet?

Achei fascinante. Muito confuso, e obriga a pensar bem no que se está a ler, e bem, adoro ter nas mãos uma banda desenhada que me desafie assim. A história segue de perto alguns dos acontecimentos da Odisseia, e é contada neste tipo de narração meio arcaica, para evocar as raízes gregas da história.

E caramba, é tão violenta. Sangue e morte por todo o lado, mas a história original é assim, portanto... e há momentos com as deusas gregas (todas a identificar-se como mulheres também) completamente doidos, e tão em linha com a mitologia grega.

E a arte é tão colorida, e vívida e, er, bem, alucinogénica. O trabalho de cor é extraordinário, enche tão bem o olho, e tem destaques fantásticos e lindos.

E pronto, o livro é imensamente complicado, o que não joga exactamente a seu favor, mas é tão doido e diferente que me deixou intrigada o suficiente para querer ler o segundo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

If I Was Your Girl, Meredith Russo


Opinião: Este livro... pessoal do Book Mail YA, muito obrigada por se lembrarem dele. Provavelmente seria uma coisa que não teria pegado, não por causa do tema, mas porque tenho restringido as minhas leituras em inglês a séries e autores que sigo, e portanto outras coisas que me chamem a atenção acabam por ficar numa lista imaginária chamada "talvez um dia... quando eu ganhar o euromilhões e me reformar prematuramente". Mesmo que possam vir a valer a pena. O que é uma pena.

De qualquer modo, fico contente por ter tido a oportunidade de o ter lido. É um livro bastante importante. Uma autora transgénero, com uma história sobre uma adolescente transgénero, com uma modelo de capa transgénero. O esforço por reconhecimento e aceitação de minorias faz-se assim, com passinhos de bebé, e vejo este livro como mais um passinho.

Não é perfeito nem fala por toda a gente que pudesse ser representada por ele, mas faz um bom trabalho em apresentar e normalizar uma experiência de vida, tanto a alguém que possa passar pelo mesmo, como alguém que nunca tenha contactado com a mesma.

A Amanda é uma jovem de 18 anos que vai fazer o seu último ano da secundária numa nova terra, onde ninguém a conhece. Vai viver com o pai, que teve dificuldades de aceitação em todo o processo, aliás, desde sempre; saiu de casa da mãe e do local onde viveu nos últimos anos devido a uma situação complicada em que foi exposta e agredida, como demasiadas vezes é a realidade de uma pessoa transgénero.

Um novo começo permite-lhe dar-se a conhecer sem preconceitos, e a Amanda começa a enturmar-se, fazer amigos, apaixonar-se. A descobrir-se como pessoa, sentir-se bem na sua pele, sem medo. Alguns dos momentos mais impressionantes foram aqueles em que ela morria de medo de ser descoberta, ridicularizada, agredida.

A coisa mais fixe da história é ver a personagem desabrochar, é inspirador ver alguém tão jovem e que passou por tanto, encontrar um tanto de "normalidade", se posso usar essa expressão, da qual não sou muito fã, especialmente no contexto. Mas ver a Amanda conhecer um rapaz, sentir aquelas borboletas no estômago, fazer um grupo de amigas que a apoiam... gostei de acompanhar.

A crítica que tenho a fazer é algo que a própria autora reconhece na nota no final do livro. Em muitos aspectos, a experiência da Amanda é algo "abençoada", no sentido em que passa por alguns desafios que se põem a alguém transgénero, mas não tem de enfrentar muitos deles, ou simplesmente certos pontos da transição são "facilitados" para a história e para o leitor. Por um lado compreendo, o mais importante aqui é a viagem emocional, que é muito boa e me envolveu completamente, por outro lado, também gostaria de ler mais sobre esses desafios.

Outra coisa a apontar é o facto de ser um livro de uma autora que está a começar, e em alguns detalhes nota-se. Oh, acho que emocionalmente fez um óptimo trabalho a detalhar a evolução da personagem, e adoro certos pontos como os flashbacks, para entendermos como a Amanda chegou aqui, ou a lenta aceitação dos pais, especialmente do pai, que no fim estava completamente focado em proteger a filha de tudo e todos, ou a irmandade feminina que se forma entre o grupo de amigas, especialmente depois da revelação (adoro a reacção da Anna, educada num meio hiper-religioso e conservador).

O que queria apontar que se nota de mais inexperiente é... talvez uma certa falta de complexidade no enredo, na narrativa? É bastante simples, e no caso é suficiente, mas também é o tipo de coisa que eu notaria seja em que história fosse. Além disso, a própria história, mesmo tendo os seus dramas, corre muito melhor do que provavelmente seria a realidade, e nisso há um pouco de wishful thinking, suponho, de que seja esta no futuro a realidade para uma pessoa jovem numa situação semelhante. É importante normalizar este tipo de experiência, mas ao mesmo tempo como ainda não chegámos lá, como sociedade, não é inteiramente realista.

Gosto muito de como a história acaba, bastante em aberto, num tom positivo e empoderador, cheia de possibilidades. Faz-me ficar orgulhosa da Amanda e do caminho que percorreu ao longo da narrativa.

Páginas: 288

Editora: Flatiron Books (Alloy Entertainment)

sábado, 20 de agosto de 2016

The New Guy (And Other Senior Distractions), Amy Spalding


Opinião: Este é um livrinho fofito, contemporâneo, mas a longo prazo suponho que não me vá ficar na memória. Sinto-me grata pelo Book Mail YA o ter escolhido, e me ter mandado este livro na sua caixa; conheci uma nova autora, e a Amy Spalding faz algumas coisas giras na sua história. Por outro lado, não foi um livro que me deu vontade de ir a correr explorar o resto dos livros da autora. Uma pena. Tenho saudades de ler uma boa autora contemporânea com um tom tão divertido.

O livro foca-se em Jules, uma jovem que está a começar o seu último ano da escola secundária. Jules é uma aluna top, está sempre em cima do acontecimento, e tem um plano para este ano correr no seu melhor.

Só que tudo descarrila mal o ano começa: Jules é encarregada de mostrar a escola ao aluno novo, Alex Powell. O mesmo Alex que há um par de anos era superfamoso e pertencente a uma boyband. Relutantemente, Jules aceita a atracção que tem pelo Alex, que é genuinamente uma boa pessoa, simpático, interessado, e nada cheio de tiques. A Jules é nova nesta coisa de ter um namorado e passa-lhe um pouco ao lado toda a coisa.

Por outro lado, cartazes a anunciar algo chamado Talon são espalhados pela escola, e quando Jules descobre o que é, parece que os seus planos cuidadosamente elaborados vão todos para o lixo. Tencionava liderar o jornal da escola e deixá-lo no melhor estado possível para os alunos que ficarão à frente dele no ano seguinte; mas o Talon é um canal de TV multimédia que passa durante alguns minutos na escola, dando-lhes efectivamente concorrência no que toca a jornalismo escolar, e Jules teme que o Crest (o jornal escolar) perca com a comparação.

E pronto, este é o centro da história. Creio que é necessário explicar isto porque a sinopse é muito vaga, sem dar ideia do que vai acontecer no livro, e fala de uma traição do Alex sem explicar porque é ele tão importante, e sem dar a entender que isso tem a ver com esta rivalidade jornalística.

É muito divertido seguir a Jules nos seus dramas pessoais, à medida que a rivalidade com o Talon cresce e a sua ansiedade para com o Crest e a sua continuidade cresce também. E também é interessante ver como ela lida com ter um namorado, quando isso nunca tinha acontecido; e ver como se afasta dos amigos e fica enredada no drama com o Talon e esquece um bocadinho tudo à sua volta.

Contudo, o meu problema com a história é que a autora talvez tenha exagerado um bocadinho demais no drama, na maneira como a Jules sente as coisas: fica tão indignada com o aparecimento do Talon, e mete logo na cabeça que isso vai ser o fim do Crest, o jornal, e... sei lá, pareceu-me que era tudo muito a peito; a vontade que me dava era de puxar as orelhas à rapariga e dizer-lhe para se acalmar. Tanta intensidade na maneira como ela levou as coisas soou-me a... falsa, talvez? Nada credível, pelo menos.

E pronto, como isto é o centro da história, pareceu tudo um pouco... demais. Porque de resto a história é amorosa. Os personagens secundários são fantásticos; a Sadie com os seus dramas maternos (a mãe é uma superestrela de cinema e a Sadie tem dificuldade em posicionar-se para além disso), o professor de jornalismo, e o Alex, que é tão fofo e terra-a-terra.

Ah, e as mães da Jules, um casal lésbico que foi introduzido duma forma fantástica. Gostei muito de ler como a Jules cresceu com elas e cresceu com a situação e se sente acerca disso (perfeitamente normal, I mean) e lida com cada uma de forma diferente. As três são adoráveis juntas; as mães da Jules, como ela é tão caseira, encorajam-na a viver um pouco antes de entrar para a faculdade.

Até gostei da Jules, apesar da intensidade com que encara a situação central ao livro. Acho-a engraçada, na maneira como parece ter tudo resolvido e decidido, mas quando encontra um obstáculo, passa-se um bocadinho. E gostei da a acompanhar enquanto descobre algumas coisas que não tinha experimentado, o que a coloca fora da sua zona de conforto, algo divertido de acompanhar.

E pronto, foi um livro bem giro, diverti-me bastante a lê-lo, mas tem as suas falhas, e apesar de não me terem incomodado, propriamente, também não consigo deixar de as apontar. Aprecio definitivamente que a YA Book Mail box me tenha apresentado uma nova autora. Recomendaria para uma leitura mais rápida e divertida, mas há definitivamente coisas que me tenham preenchido mais.

Páginas: 320

Editora: Poppy (Little, Brown)

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Uma imagem vale mil palavras: Suicide Squad (2016)

Bem, isto foi certamente uma excelente oportunidade de aprendizagem.

E tenho positivamente montes de pensamentos acerca disto, mas está difícil escolher um e começar. Por onde é que começo? Bem, vamos pegar numa coisa simples, bonita e positiva:

A banda sonora é excelente. Não dou por mim a dizer muitas vezes isto acerca de filmes, porque ou não reparo (normalmente a parte sonora passa-me um pouco ao lado), ou o estilo musical não é a minha onda... mas neste caso, nada disso pesou.

Praticamente todas as músicas com letra usadas chamaram-me a atenção, destacaram-se de algum modo. (Estive tão perto de me abanar na cadeira quando o Without Me começou a passar. Eh.) Uma sensibilidade muito hip-hop, com algumas coisas mais "clássicas", mas funciona muito bem com o tom do filme. E sei lá, estou a ouvir agora as músicas duma ponta à outra e não há uma que eu deteste. Muito bem escolhidas. Apetece-me dar um abraço à pessoa responsável por elas e por ser o ponto alto do filme.

E pronto. Acho que diz alguma coisa quando a coisa a destacar dum filme é a banda sonora, não? Eu queria muito gostar disto. E há partes que gosto. O problema é que, yep, infelizmente toda a gente tinha razão. It's a bit of a mess. Gosto muito de ver estas coisas por mim própria, porque nem sempre concordo com a opinião geral... mas eu dei nas orelhas ao Batman v. Superman (BvS) por ser uma confusão pegada. Este também é uma confusão pegada, ainda que noutro calibre.

Aqui a diferença prende-se com o realizador, creio eu. Não consigo respeitar o Zack Snyder, apesar de ter gostado de filmes dele no passado, porque vi fazer as mesmas asneiras no Man of Steel e no BvS, e tenho a sensação que devia haver alguém por trás a controlar o storytelling dos filmes dele que não ele. Ou um devia ter um melhor editor. Qualquer coisa serve, desde que as suas histórias sejam melhor contadas.

Quanto ao David Ayer, eu vi o Fury. Eu gostei do Fury. Eu gostei do que ele fez com o filme e os personagens. O retrato de um grupo de pessoas completamente destruída pelas circunstâncias (guerra)? Muito bom. Acho que ele seria capaz de dar uma sensibilidade semelhante a este filme. Pegar num grupo de vilões, mostrar como as suas acções os separaram da sociedade dita "normal", mantendo o tom ligeiramente divertido e sarcástico? Suspeito que ele era capaz de o fazer. Matava por ver um director's cut em que ele tinha completo controlo criativo.

Porque suspeito que o problema aqui foi... demasiados cozinheiros a meter o bedelho, e com demasiada pressa para terminar o bolo. Li demasiadas notícias do meio a falar das restrições temporais para a produção do filme, e de como os executivos da DC andavam stressadinhos para que isto tivesse sucesso, para não achar que foi precisamente isso que deu cabo do filme.

Porque convenhamos, onde o filme falha, é precisamente na montagem da história. As transições entre cenas são más, saltam de forma abrupta... parece que ninguém se decidia quanto ao tom do filme, porque as "piadas" acabam por estar mal montadas e cair de pára-quedas nas cenas onde estão inseridas... a caracterização de personagens não é muito boa na maioria dos casos, porque a introdução deles é feita muito à pressa e saltamos logo para a acção...

É-me difícil não relacionar isto com os rumores de que a cadeira do editor foi ocupada por uma série de gente, e com a preocupação dos "executivos" em aumentar o tom divertido do filme porque as pessoas não tinham gostado do tom "escuro" do BvS. Gente, aprendam uma coisa. O problema não era o "tom escuro". Era mesmo a maneira como a história estava montada. E começo a achar que foram pegar numa coisa que estava perfeitamente boa (ou pelo menos melhor que o que vimos), e foram estragá-la. Credo. A incompetência de todo este processo deixa-me boquiaberta.

E o problema é mesmo esse, o pessoal da DC cinematográfica está demasiado desesperado para estabelecer um "universo cinemático" como o da Marvel para apreender e entender as lições que o percurso da Marvel oferece. E se fossem espertos, aprendiam com o que os outros foram descobrindo por tentativa e erro, e faziam melhor.

Lição número um: escolham realizadores adequados para o trabalho. Conheçam o seu perfil. O Thor teve o Kenneth Branagh, o Capitão America o Joe Johnston, os Guardiões da Galáxia o James Gunn, os Vingadores o Joss Whedon. Cada tipo de herói tem o seu perfil mais e menos destacado, cada filme pede um tom diferente. Obviamente que cada uma destas pessoas teria feito um trabalho muito diferente nos filmes uns dos outros.

Lição número dois: saibam o que querem da história. Planeiem a longo prazo. Andamos há tanto tempo a ouvir falar das várias "fases" do MCU, e até acredito que não esteja tudo planeado ao milímetro. Mas os executivos da Marvel sabem para onde vão, por mais vago que isso seja, e dirigem-se para lá, e constroem as sucessivas histórias para lá chegar. É como escrever um livro. Ou uma trilogia. Ou uma longa série de livros.

Lição número três: uma vez escolhido o realizador, dêem-lhe espaço e tempo para trabalhar. E POR AMOR DA SANTA NÃO METAM O BEDELHO. Credo. Parece que cada vez que um filme foi mais fraquinho ultimamente, acabo sempre a ouvir falar de executivos do estúdio a interferir demasiado com a história. E ninguém aprende esta, raios. Se acham que vocês fariam um melhor filme, porque diabos é que são dão ao trabalho de contratar um realizador, hã? Até poupavam dinheiro.

Ok, vamos sair da tangente "porque é que a Marvel está a fazer um melhor trabalho, IMO". Vamos tentar destacar coisas que eu gostei no filme.

Se eu franzir os olhos e fizer um ligeiro esforço de imaginação, eu até gosto do tom do filme e do que estava a tentar passar. Acho que se as circunstâncias fossem ideais teríamos aqui um novo Guardiães da Galáxia. Gosto da ideia dos vilões virarem heróis (era preciso desenvolver melhor as motivações deles para se envolverem), gosto da ideia de só eles serem capazes de o fazer.

Gosto da ideia de haver alguém implacável o suficiente para se lembrar de juntar uma equipa de vilões. Gosto do tom auto-depreciativo e sarcástico e da ideia de todos trabalharem mal uns com os outro até aprenderem a trabalhar bem uns com os outros.

O design tem francamente momentos muito bons no filme. Os símbolos estilizados que representam cada personagem (esta galeria is just lovely), as cenas de apresentação dos personagens (apesar de eu desejar um botão de pausa, porque não deu para ler aquilo tudo, nem de perto), a maior parte dos fatos de cada personagem (o unicórnio do Boomerang! o fato da Harley era divertido, e as tatuagens do Diablo bastante impressionantes), o design da Enchantress e do cúmplice dela, o design do Killer Croc.

Onde o design falha é no Joker. Oh, gente. O Joker tem uma aparência tão icónica e um estilo tão clássico. Era preciso mesmo "datar" o Joker desta versão fazendo-o parecer um gangsta? Ugh, aquelas correntes de ouro e as tatuagens. *facepalm* Onde é que aquilo grita Joker? Não grita. Podia viver com os dentes metálicos, que dão um ar assustador à boca dele sem ter de ir para o sempre presente sorriso desviado. Algumas das tatuagens podem ficar (o sorriso na mão sim; o "damaged" na testa não). O resto? Nop, nop, nop. O resto da roupa já faz um bom trabalho a apresentar e homenagear o Joker.

Em termos de elenco, não tenho queixas. Acho que tentaram fazer o melhor que podiam com o material que tinham. Muitos não têm espaço para respirar (o Slipknot é um desperdício de espaço, só aparece, sem ser apresentado, para lhe acontecer... aquilo). Alguns têm pequenos momentos engraçados ou giros que gostava de ver expandidos (o Killer Croc, o Boomerang, a Katana), e que provavelmente os actores mereciam mais cenas para evoluir o personagem.

Quem tem mais momentos para evoluir e apresentar o personagem, e bastante merecidamente (mas ainda assim partes da caracterização podiam estar melhores), são a Harley Quinn (gostei da personalidade dela, e gostava que a Margot tivesse mais tempo de antena com ela...), o Deadshot (o pessoal não leva o Will Smith a sério, mas o homem dedica-se de corpo e alma aos personagens dele, e não precisa de mandar coisas estranhas aos colegas para fazê-lo), o Diablo (história pessoal bastante interessante, e o que descobrimos dele no clímax da acção é superintrigante), e a Amanda Waller (vá, toda a gente em coro, a Viola Davis é a nossa rainha, seja o que for que ela faça).

Não tenho realmente comentários a fazer para a Enchantress e o Rick Flag, curiosamente. A história deles acaba por ser central à narrativa, mas não gostei de como foi apresentada nos flashbacks, não há peso emocional, e tendo em conta os seus contornos, eles (o pessoal que fez o filme) deviam ter feito a sua história mais detalhada, deviam ter-nos feito preocupar com o que lhes acontecia.

Tenho a certeza que tenho mais pensamentos acerca disto, mas agora não me ocorre mais nada (aposto que cinco minutos depois de clicar em "publicar" me vou arrepender de não ter falado de A, B, ou C), e isto já vai suficientemente longo, por isso vou ficar por aqui.

O que fica deste filme é isto: eu gosto, em teoria, do que podia ter sido, mas não consigo ignorar o que é, e tenho as minhas críticas ao que é. Diverti-me em partes, mas estive sempre ciente das suas falhas, o que não devia acontecer com um filme. E espero sinceramente que a DC aprenda com os erros e melhore, porque tem uma série de personagens fixes à espera do seu lugar no grande ecrã, e seria triste deitar tudo a perder. E por amor da santa, não me lixem a Mulher Maravilha. Nunca mais vão conseguir fazer nada se lixarem a WW.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

The Rose Society, Marie Lu


Opinião: Oh caramba, e eu que não dava nada pela Marie há três livros atrás dela! E no entanto li tudo o que já publicou, e tem vindo a melhorar francamente no que toca à sua escrita e à maneira como cria um mundo, um enredo, e umas personagens.

Creio que o primeiro livro dela que verdadeiramente me encheu as medidas foi o terceiro da sua primeira trilogia, Champion, pelo final agridoce e a forma inesperada como a história avançou. Depois, veio o The Young Elites, e conheci uma personagem que caminha no fio da navalha no que toca ao bem e ao mal, à luz e à escuridão. E agora este livro, torturador e que me pôs vidrada, e melhor, completamente enredada nas escolhas da Adelina.

The Rose Society segue com as consequências do final do livro anterior. A Adelina (juntamente com a irmã) fugiu de Kenettra e está separada da Dagger Society depois de uma situação trágica pela qual ela é tecnicamente responsável, mas... bem, há uma série de atenuantes. (E é nos atenuantes que a Marie é excelente.)

A Adelina tem a ideia de criar a sua própria society de Young Elites, jovens poderosos, e quando percebe o que os Daggers estão a tramar, volta a Kenettra para travá-los, e, err, fazer a sua própria coisa.

A parte brilhante na maneira como a Marie escreve a Adelina é que, ela pode fazer todo o tipo de asneiras, e meter os pés pelas mãos, e matar a torto e a direito, mas... não consigo deixar de sentir que a Adelina está justificada em grande parte do que faz. Pode não ser grande justificação, mas compadeço-me dela. Mesmo quando me dá vontade de abanar a cabeça em jeito de desaprovação, ou quando sei que não é o que faria, ou quando sei a priori que aquilo vai dar asneira.

Porque a verdade é que esta é uma pessoa que foi tão maltratada e destruída pelas circunstâncias... que ela não sabe como ser uma boa pessoa. Tem momentos. Tem alguns repentes de bondade, amor. É capaz disso. Mas é claro que é muito mais fácil ceder à escuridão e enviar para o mundo aquilo que sempre se recebeu dele.

Em adição, não há uma única pessoa boa, um modelo de bondade em toda esta história. O que é refrescante. Eu não preciso de gente tão boa que até dá nojo. Ninguém é perfeito. E a escrita desta história como uma sucessão de intriga e interesses é até bastante realista. Mas o que quero dizer realmente em relação a isto é, é por isso que eu não posso defender os Daggers.

Vejamos... Agem por interesse próprio, tomam decisões questionáveis (a Maeve? e o que ela lhes diz que pode fazer? a sério, pessoal? não podiam ver que essa vos ia rebentar na cara nem nada?), e até podem dizer que são pelos malfettos e pelos Young Elites... mas não defendem os primeiros e afastam os segundos quando lhes é conveniente. Pior, são tão capazes de assassinato como a Adelina.

Tivessem tratado a Adelina desde o início como uma pessoa, e não com desconfiança, atrevo-me a dizer que as coisas teriam sido diferentes. Teria sido também corajoso deles tentar reabilitá-la depois dos acontecimentos do primeiro livro, que era quando ela precisava disso, e não de cair na espiral descendente em que acabou por cair. Acusarem-na de coisas que ela não fez, ou empolarem outras coisas, também não ajuda à festa.

São tão responsáveis como a Adelina pela confusão em que estamos. Agem como polícias dos Young Elites, mas são incapazes de reconhecer quando alguém é tão perigoso como a Adelina, e pior, incapazes de entender a melhor maneira de lidar com uma arma tão poderosa. (Pista: não é assim. E deviam tê-lo feito por interesse próprio, nem era preciso ser pelo bem dos vossos corações.)

Ah... acho que prefiro o Teren. Ao menos esse sabemos à partida que é mau, perigoso, e janado da cabeça, que é o tipo mais perigoso de mau. Aquele que sabemos que é imprevisível na sua dedicação. E depois do que a Adelina o pôs a fazer... bem, tenho a certeza que o Teren vai ser um mimo, no terceiro livro. E vai delicioso de ver isso desenrolar-se.

No entanto, continuo a achar o Raffaele muitíssimo interessante. Tem todas as características dúbias dos Daggers, aliás, ele é o responsável por muito do que eles fazem; mas tem uma delicadeza e uma inteligência e uma maneira de ver a vida que é muito cativante. Aliás, tenho a certeza que se a Marie escrevesse os livros do ponto de vista dele seria igualmente fácil de torcer por ele como é pela Adelina. (Agora adorava mesmo que a Marie o fizesse.)

Este segundo livro traz algumas coisinhas novas engraçadas, como a Maeve e o que ela anda a tramar, por exemplo. A shitstorm que a Adelina cria em Merroutas. O Sergio, que já lidou com os Daggers, e agora a modos que está na equipa Adelina.

Oh, e o Magiano, que é simplesmente adorável. O epítome de bad boy, sempre com esquemas e a tramar alguma coisa; e ainda assim, é capaz de ser a pessoa mais pura nas suas intenções para com a Adelina. Achei tão interessante ver o que a Adelina pensa sobre ele, porque é um reconhecimento do oposto de si própria que ele é, e implicitamente sabe que o Magiano seria uma motivação para sair do buraco e desenterrar-se a si própria de toda a porcaria que fez. Mas não está propriamente ainda pronta para fazê-lo, e por isso continua a enterrar-se em escuridão. Raios.

O fim, oh céus, o fim é glorioso. Vai tudo para o inferno, não literalmente, mas como se as coisas já não estivessem suficientemente más e estragadas para toda a gente (tenho pena do zé ninguém comum que vive em Kenettra), a Marie certifica-se que vamos do 8 ao 80 e que fica tudo certificadamente estragado e mau e errado. E delicioso. De seguir, quero dizer. Não tão delicioso para as pessoas envolvidas.

E pronto, ficamos num ponto interessante. Tenho a dizer que achei a Violetta mais madura do que lhe dava crédito. Ela claramente tornou-se numa pessoa que está à vontade na sua pele, sendo discreta, inteligente, e preocupada com a irmã, mas não se impondo. E ocorreu-me um paralelo interessante entre este livro e...

... o Frozen. A sério. Pensemos nisso, se a Elsa, com grandes e assustadores poderes, tivesse tido uma infância e uma personalidade como a Adelina, achamos mesmo que não teria ido parar ao mesmo lugar? Capacidades extraordinárias são altamente corruptíveis. As circunstâncias é que mudam o cenário. E a Violetta tentou, pobrezinha, mas não havia nada a fazer.

No fim disto tudo fico a desejar algum tipo de redenção para a Adelina, alguma forma de regressar à luz que lhe permita viver a vida como nunca a conheceu: mais feliz. Também consigo ver as coisas evoluírem ao ponto de ela morrer como forma de redenção, mas sinto que isso é demasiado fácil, demasiado preto-e-branco numa história em que a Marie conseguiu apresentar todos os tons de cinzento pelo meio. Venha o próximo. Que até nem falta muito.

Páginas: 416

Editora: Putnam (Penguin)

domingo, 14 de agosto de 2016

Book Mail YA, mais uma caixa recheada de livros

Tenho suspirado imenso pelas caixas de livros tipo subscrição que o site Book Riot faz (só que as deles não são de subscrição). No meu caso, estava particularmente interessada na caixa dedicada a literatura YA que produzem. Só que a faziam em conjunto com o site Quarterly, que apoia a criação de caixas-subscrição com produtos de um certo tipo. (Outros curadores do site tinham caixas dedicadas a outros tipos de produtos.) A parte chata da parceria eram os portes... uma caixa que custava 50 dólares, levava com 30 dólares em cima. E os produtos, que valeriam a pena por 50 dólares, por 80... nem por isso.

Entretanto aparentemente zangaram-se as comadres, ou aconteceu algo e o Book Riot saiu da Quarterly. Esta última continua a ter uma caixa de literatura YA, só que já não com o trabalho dos editores do Book Riot por trás. (É claro que me levou séculos a perceber isso... estava convencidíssima que a parceria continuava, porque nem é claro que a caixa da Quarterly já não é do BR, nem vi menção em lado algum do BR que tinham saído da Quarterly, o que teria dado jeito porque eu podia ter ido comprar a outra ao engano.)

Entretanto, vi os anúncios do BR sobre as caixas novas que iam lançar, o Book Mail e o Book Mail YA, e fiquei super-interessada. Eles não funcionam como subscrição, como o Owlcrate, ou seja não somos obrigados a comprar todas as que saírem. E têm, creio eu, algo como uma frequência de lançamento de 3 em 3 meses, o que não é nada mau. Dá para ir fazendo o investimento de vez em quando.

O melhor de tudo, no entanto... a caixa custa 60 dólares e não cobram portes. Brilhante, para mim. Não hesitei em experimentar mandar vir a Book Mail YA, para ver se valia a pena. A caixa foi enviada em meados de Julho e chegou-me no início de Agosto, o que é muito bom, cerca de duas semanas... especialmente porque agora em Agosto tem sido uma tortura para receber encomendas a tempo e horas.

Bem, seguem então algumas fotos do conteúdo do livro.

O livro If I Was Your Girl, de Meredith Russo, e um autocolante para colocar no livro com autógrafo.

O livro The New Guy (And Other Senior Year Distractions), de Amy Spalding, e um marcador do livro, também com direito a autógrafo.

Um conjunto de pins livrescos, com um cartão de apresentação da loja que os produz; o cartão grande é a apresentação da caixa e dos produtos que contém; e ali em baixo, uma vela bem cheirosa.

Um tote bag, alusivo ao livro The Walls Around Us, de Nova Ren Suma.

Creio que posso dizer que o veredicto é muito positivo. Sem portes, chega depressa, e o melhor? Vale o dinheiro que gastei. Pode parecer que não tem muitos produtos em quantidade, mas aqui diria que se inclina mais para a qualidade. Dois livros numa caixa de subscrição não é muito comum, e gostei de ambos, um mais fofinho, um mais desafiador (um bom equilíbrio). Os pins e a vela são adoráveis, mas o que fez a caixa para mim? O tote bag.

Costumo usar este género de sacos no dia-a-dia, para transportar coisas que não posso levar na mala, e geralmente o que uso são uns da Primark. Costumam ter padrões giros e tudo, mas o tecido com o uso vai-se estragar, ficar mais fino, quando já de si é bastante fino... Este saco é feito dum tecido bem grosso, resistente, com a consistência de serapilheira, só que mais bonitinho.

Este género de coisa custa à vontade 20 dólares ou mais, o que normalmente me custa dar por um saco, e por isso fiquei muito agradecida para oportunidade de pôr as mãos num. Raios, se os sacos da loja do Book Riot forem todos assim, estou pronta para dar lá um salto e perder a cabeça com uns quantos. Só por isto, a caixa já valeria a pena.

E pronto, definitivamente vou mandar vir a próxima caixa, porque se os produtos são assim desta qualidade, e se os livros são assim bem escolhidos, vai valer muito a pena. Além disso, vai servir perfeitamente para me encher as medidas no que toca a receber uma caixa de livros (já tenho saudades dos tempos do Owlcrate), e como é só de três em três meses estarei mais à vontade em termos monetários. É só vantagens.

Um aparte para as outras duas caixas que mencionei no post, e no porquê de não ir apostar nelas. A da Quarterly... bem, fiquei muito interessada quando soube que a Beth Revis ia ser a curadora da caixa, e que ia ter o novo livro dela (gosto muito da Beth); mas vi um unboxing da caixa e tendo três livros, só o da Beth me interessaria. Além de que tem mais dois items, apenas, e nada que me tente.

Além disso, acabei de verificar no site da Quarterly que o preço e portes se mantêm. Não vale a pena. (Desculpa, Beth!) Por outro lado, a Book Mail generalista... bem, também vi um unboxing, e a sensação que tenho é que será mais "literária" do que as minhas leituras costumam ser. Duvido que fosse de encontro aos meus gostos, e o conteúdo da caixa actual não é muito excitante. Portanto, vai ser mesmo a Book Mail YA a minha aposta de futuro.